Robispierre Giuliani
EmMato Grosso, tudo ganha dimensão
exponencial. O desenvolvimento em esca-
la geométrica da produção de soja e a difi-
culdade de escoamento da produção fize-
ram comque o Estado acelerasse a criação
de um parque industrial para processar o
grão. E ao lado destas fábricas, em busca
de rentabilidade e baixo custo, desenvol-
veu-se a criação de aves e suínos, para os
quais a soja, junto com o milho, é um dos
principais insumos da alimentação.
O maior parque fabril da cadeia da soja
no Brasil está emMato Grosso. As principais
indústrias também. Por questão logística, a
fimde facilitar o escoamento, as regiões Sul
e Médio-Norte são as principais referências
no Estado. “A soja continuará sendo o mo-
tor da nossa economia. Agora, cabe a nós
oferecermos condições para que a proteína
animal produzida aqui consiga alcançar no-
vosmercados, gerandomais recursos aoEs-
tado”, comenta o secretário de Desenvolvi-
mento Econômico, Ricardo Tomczyk.
As estimativas apontam que Mato Gros-
so ainda possui cerca de 10 a 12 milhões de
hectares de pastagens de baixo rendimento
que poderão ser usados no plantio de soja
e demilho. Alémdisto, o governo considera
o crescimento do consórcio entre lavoura e
pecuária nas propriedades, produzindo-se
mais carne emmenos área.
O secretário de Política Agrícola doMinis-
tériodaAgricultura, PecuáriaeAbastecimen-
to (Mapa), Neri Geller, que também é produ-
tor de soja em Mato Grosso, destaca que o
Estadoéumdos únicos noBrasil ondeomo-
vimento migratório acontece no sentido in-
verso.“Aspessoassaemdascidadesgrandes
ou da capital para ir morar no interior, que
está crescendo. E, como o agronegócio deve
evoluir muito nos próximos anos, esta situa-
çãodevepermanecer”, salienta.
O município de Lucas do Rio Verde tal-
vez seja um dos melhores exemplos desta
transformação. O povoado, criado por um
assentamento, conseguiu a emancipação
em 1988. Com alto desempenho nas lavou-
rasdesoja, conseguiuconsolidar aevolução
econômica e social. E há sete anos o Produ-
to Interno Bruto (PIB) da cidade agigantou-
-se com a chegada da empresa BRF. Hoje, o
PIB
percapita
domunicípioultrapassaosR$
50mil e a taxade analfabetismo é pouco su-
perior a 3%. “Gente de todo o Brasil passou
a migrar para Lucas do Rio Verde. E o que
acontece lá se repete emoutros municípios
de todas as regiões”, reiteraGeller.
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industrializaçãodesojaemâmbitodeMatoGrosso
Agregando
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