Anuário Brasileiro da Soja 2016 - page 39

Uma conjuntura excepcional, que reu-
niu a quebra de safra brasileira a um câm-
bio compensador e à estressafra nos Es-
tados Unidos, gerou adiantamento das
compras internacionais em 2016, deslocan-
do os embarques mais relevantes para o
período entre março e junho. “As exporta-
ções concentram-se no primeiro semestre.
Essa antecipação gerou um recorde no vo-
lume embarcado entre janeiro e agosto, de
48,2 milhões de toneladas”, explica Carlos
Cogo, diretor da Carlos Cogo Consultoria.
Conforme ele, entre janeiro e agosto o
avanço das vendas externas chega a 5,1%
sobre o desempenho no mesmo perío-
do de 2015. O pico das vendas ocorreu
em abril, com o recorde de mais de 10 mi-
lhões de toneladas em apenas um mês.
A China é o grande cliente do Brasil. De
acordo com Cogo, esse movimento indi-
ca que, considerando setembro, faltamde
5 a 6 milhões de toneladas a fim de que
se consolidem os números projetados pe-
las entidades do setor, como Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove) e Associação Nacional de Expor-
tadores de Cereais (Anec), para os embar-
ques de soja em grão em 2016: de 53 a 54
milhões de toneladas. “Apesar da perda
de ritmo desde agosto”, reconhece.
Além dos fatores combinados, como
a colheita brasileira abaixo da expectati-
va inicial, em 8 milhões de toneladas, e
do câmbio mais favorável às vendas ex-
ternas, Cogo enfatiza que perto de 30%
da soja já havia sido vendida até o final
de 2015. O analista entende que uma
pequena redução na demanda inter-
na colaborou para que o Brasil disponi-
bilizasse todo esse volume ao mercado
internacional. “O menor consumo inter-
no equilibrou a oferta, enquanto os pre-
ços internacionais e o câmbio mantive-
ramos preços atrativos”, aponta.
Mesmo com risco de mínima queda,
abaixo de 54 milhões de toneladas do grão
vendidas no mercado internacional, fren-
te a 54,3 milhões de toneladas negocia-
das em 2015, o Brasil manterá a posição de
maior exportador, seguido por Estados Uni-
dos, Argentina e, de longe, Paraguai. Segun-
do dados do Ministério do Desenvolvimen-
to, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o
complexo soja – grão, farelo e óleo – repre-
sentouatéagosto37,12%detodasasexpor-
tações agropecuárias do País. O segmento
lidera em receita e volume as vendas exter-
nas brasileiras do setor agropecuário. So-
mou US$ 22.441.028.546,00, ficando bem
à frente de carnes, produtos florestais, pro-
dutos sucroalcooleiros, café e cereais. Éum
desempenho acima da média, e que pode
ser aindamelhor na próxima temporada.
Embarquesbrasileiros foramadiantadosem2016
graçasàconjunturaquereuniuquebradasafra
nacional, câmbioeentressafranorte-americana
Mais cedo
doquenunca
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