Inor Ag. Assmann
AChinaéomaiormercadomundial con-
sumidor de soja em grãos. Sozinho, o gi-
gante asiático consome 61% da deman-
da mundial da oleaginosa e concentra suas
compras nos Estados Unidos, no Brasil, na
Argentina e no Paraguai. Uma diferença na
tributação, no entanto, faz com que os chi-
neses optem por comprar soja em grão no
Brasil, enquanto adquirem mais farelo da
Argentina, por exemplo. É uma condição
que incomoda os brasileiros e temsido alvo
de intensa negociação entre os governos e
os segmentos econômicos envolvidos.
“O fato é que a Argentina mantém o rein-
tegrodeimpostosaolongodacadeiaproduti-
vae, por questões tributárias, aChinaprocura
comprarsojaemgrãosnoBrasiletransformá-
-la emóleo, farelo e outros derivados em seu
território”,refereCarlosCogo,diretordaCarlos
CogoConsultoria. “Éumaestratégia inteligen-
te. Aomesmo tempoemquepagamenos im-
postosaqui,gerarendaeempregoslá”.
Segundo o analista, entre janeiro e agos-
to de 2016 a demanda chinesa pelo grão bra-
sileiro cresceu 3%sobre omesmo período de
2015. “O crescimento desacelerou, pois está-
vamos acostumados a ver saltos de 6%, 7%
no primeiro semestre”, reconhece. Para Cogo,
aindaqueofatodehavercrescimentonomer-
cado internacional seja bom para o Brasil, o
comportamento chinês gera alguma preocu-
pação. “Pelo que se constata, os preços inter-
nos aumentarammuitoe, paradescomprimir
Fator
China
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