Anuário Brasileiro do Algodão 2017 - page 33

Voltando
aonormal
Com clima normalizado, Nordeste
brasileirobuscaagradativarecuperaçãodasperdas
sofridasnastrêsúltimassafras,afetadaspelaseca
A
região Nordeste, segunda maior
área produtora de algodão do
Brasil, ainda sentirána tempora-
da2016/17osreflexosdasperdas
que contabilizou nas três safras
realizadas sob clima adverso. A seca, poten-
cializadapelofenômenoclimático
ElNiño
nes-
taregiãodoPaís;afaltaderendaeosprejuízos
acumuladoscobramseupreçonaáreaplanta-
da,querecuoumais 11,9%,de262,3para231
mil hectares, segundo o levantamento divul-
gado em maio de 2017 pela Companhia Na-
cionaldeAbastecimento(Conab).
Natemporadaanteriorasuperfícieseme-
ada havia sido reduzida 17,5%, já sob efeito
da estiagemprolongada. Os rendimentos da
pluma descerama 1.081 quilos por hectare e
a produção total retrocedeu 42,7%, para 284
mil toneladas. No ciclo 2016/17, no entan-
to, a produtividade deve crescer 44,7%, para
1.594 quilos de pluma por hectare; a produ-
ção está estimada em 361,5 mil toneladas
(27,5% a mais), e a qualidade da fibra deve
compensar nacomercialização.
Na
Bahia
, maior produtor regional e se-
gundo da cotonicultura nacional, a Conab
estima que a lavoura ocupe 202 mil hecta-
res. A colheita começou devagar, em maio,
em algumas localidades de cultivo de se-
queiro, como é o caso do Vale do Rio São
Francisco. Os campos de algodão estão dis-
tribuídos noCentro-Sul doEstado (11,22mil
hectares), no Vale do Rio São Francisco (3,5
mil hectares, com pivô central) e no Extre-
mo-Oeste (190,8mil hectares).
De acordo com a Conab, as lavouras de
sequeirolocalizadasnamicrorregiãodeBom
Jesus da Lapa devem alcançar produtivida-
demédia de 450 quilos de algodão emcaro-
çopor hectare, poucoacimade200quilosde
pluma, em função do sistema utilizado e da
pequena janela de chuvas. O forte da produ-
ção baiana está no Extremo-Oeste, compre-
endendo municípios como Barreiras, Luís
EduardoMagalhães, SãoDesidério, Formosa
do Rio Preto e Correntina, emcultivos de se-
queiroe irrigadocompivôcentral.
Na região, as chuvas de fevereiro e mar-
ço proporcionaram às plantas um desen-
volvimento há muitos anos não visto pe-
los produtores. Considerando a média entre
os plantios de sequeiro e irrigado, estima-se
produtividadede 4.063quilos por hectarede
algodão em caroço. Lidervan Mota Moraes,
diretor-executivo da Associação Baiana de
Produtores de Algodão (Abapa), afirma que
a expectativa não poderia ser melhor. “Ain-
da temosdeacompanhar oclimanabocada
colheita. Muita chuva pode atrapalhar, mas a
estimativa é colher por hectare 100 a 110 ar-
robasdealgodãoacimade2016”, reconhece.
COMPENSAÇÃO
Com uma boa colhei-
ta, os cotonicultores poderão alcançar ní-
vel de renda que faça frente ao custo pro-
dutivo (que é alto) e às renegociações com
os bancos financiadores, fornecedores de
insumos e prestadores de serviços, no caso
daqueles que tiveram maior dificuldade
para honrar os compromissos. A máxima
de que só uma safra de algodão cheia salva
uma safra perdida é verdadeira.
Na temporada 2015/16, o que evitou
uma perda maior entre os baianos foi a
qualidade da fibra. “Tivemos qualidade
muito boa na colheita de 2016, e na nova
temporada deve ser melhor ainda, graças
ao trabalho de acompanhamento das va-
riedades que vem sendo feito em conjunto
com a Fundação Bahia”, explica Lidervan
Mota Moraes, da Abapa. Segundo ele, se a
comercialização do ciclo 2016/17 for boa,
como é esperado (passava de 75% emme-
ados de maio, com travamento acima dos
preços de 2016), a tendência éde recupera-
ção parcial de área na etapa 2017/18, que
começa a ser cultivada no final do ano.
n
n
n
O cenário maranhense
No
Maranhão
, a área do algodão está concentrada em três propriedades da região Sul, com plantio correspondente a 22,2
mil hectares, representando alta de 6,2%em relação à safra 2015/16. Omunicípio de Balsas, pela primeira vez, plantará algodão
de segunda safra. A área é de 3.600 hectares. A produtividade, no entanto, deve cair 0,9%, para 1.566 quilos de pluma por hecta-
re. A produção deve crescer 5,5%, graças à área, chegando a 34,8 mil toneladas.
31
1...,23,24,25,26,27,28,29,30,31,32 34,35,36,37,38,39,40,41,42,43,...100
Powered by FlippingBook