O
Mato Grosso
responde por
66,8% da área cultivada de
algodão no Brasil e por 67%
da produção de pluma. E
mais uma vez será o motor
que guiará a cotonicultura brasileira em
2017, com avanço de 4,5% em área, para
628 mil hectares; de 8,4% em produtivida-
de, para 1.589 quilos de pluma por hecta-
re; e de 13,3% em produção, para até 998
mil toneladas. Os números impressionam
e superam, por exemplo, os de muitos pa-
íses que são respeitados em âmbito inter-
nacional pela importância no cultivo.
O pacote tecnológico utilizado na cultu-
ra alcança custo por hectare próximo de R$
8 mil e exige eficiente administração dos in-
vestimentos e dos rendimentos para obter
lucro. Essa variável tambémé determinante
para que não haja grandes oscilações entre
as safras, a menos que sejam afetadas por
fatores climáticos. Bruno Nogueira, analista
da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) que divulgou estes dados de safra,
considera que o custo, a dependência em
relação à demanda domercado externo e a
verticalização produtiva levam o cotonicul-
tor a utilizar o melhor conjunto de tecnolo-
gias possível se comparado às demais ativi-
dades agrícolas, emespecial os grãos.
Aocontrárioda safraanterior, influencia-
dapelo
El Niño
, na nova temporada o clima
contribuiu com o resultado da cultura. Em
MatoGrosso, asmelhores condições climá-
ticas favorecerama produtividade do algo-
doeiro de primeira e de segunda safras. As
lavouras de primeira safra estão no Sudes-
te do Estado e a área calculada pela Conab
alcança a 88,2 mil hectares, com recuo de
23,1% em relação aos 114,7 mil hectares
do ciclo anterior. A principal causa da dimi-
nuição é a inserção no sistema de produção
adotado pelo Centro-Oeste, que permite re-
alizar a primeira safra de soja e, emsequên-
cia, logo após a colheita da oleaginosa, in-
gressar com o algodão como “safrinha”. O
rendimento médio deve crescer 6,1%, para
3.797 quilos de caroço por hectare.
O cultivo do algodão de segunda safra,
em539,9mil hectares na fase 2016/17, regis-
tra alta de 11,1%, e predomina no Oeste do
Estado. A produtividade média das lavouras
deve crescer 7%, para 3.912 quilos de caroço
por hectare. Alexandre Pedro Schenkel, pre-
sidente da Associação Mato-grossense dos
Produtores de Algodão (Ampa), considera
que o sistema de cultivo em sucessão à soja
permite avanços agronômicos (pela rotação
de culturas) e comerciais e omelhor uso dos
recursosnaturais, humanos e tecnológicos.
Falando
grosso
Centro-Oeste, região que concentra
maisde70%daproduçãonacionaldealgodãoesetorna
ummarbranconaépocadacolheita,ampliaaimportância
Sílvio Ávila
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