Jornal da Emater - Edição 2 - page 8

À luz do sol
N
a propriedade da família Rex,
de Horizontina, o sol é mais
que luz. É energia. E dinheiro.
Eles fazem parte de um nú-
mero cada vez maior de produtores rurais
que aderiram às energias alternativas como
uma forma de produzir alimentos comme-
nor custo e maior sustentabilidade.
Na produção hidropônica de verduras
da família, as células fotovoltaicas se tor-
naram uma forma de reduzir os custos na
conta de luz. A estimativa é de produção
em torno de 32 kw por ano, que são envia-
dos à rede, e posteriormente descontados
da conta de luz. “A primeira ideia foi de re-
duzir custos e também para colaborar com
o meio ambiente. E esse dinheiro da ener-
gia que a gente paga, por exemplo, para a
concessionária ou para o fornecedor de
energia, agora vamos economizar. A gen-
te investe aqui mesmo na propriedade. O
valor não sai daqui”, explica o produtor
Gilmar Rex, que trabalha na propriedade
com a esposa, um filho e a nora.
Para a instalação do sistema com 80
placas fotovoltaicas, a família utilizou re-
cursos próprios e financiou outros R$ 80
mil, via Programa Nacional de Fortaleci-
mento da Agricultura Familiar (Pronaf
Eco), com projeto de crédito elaborado
pelo engenheiro agrônomo da Emater/
RS-Ascar, de Horizontina, Neimar Freddi.
O Pronaf oferece linha de crédito para fi-
nanciamento de energias alternativas, com
prazo de até 10 anos para a devolução do
capital e juros.
O uso de tecnologias alternativas para a
geração de energia em propriedades e resi-
dências tem se popularizado cada vez mais
no noroeste gaúcho, Além de ampliar a
eficiência da geração de energia em alguns
casos, contribui para a redução na conta da
energia elétrica.
Esse interesse, como lembra o assistente
técnico regional da Emater/RS-Ascar, na
área de Manejo de Recursos Naturais, en-
genheiro agrônomo Marco André Junges,
revela uma condição em que a energia tem
sido umdos itens que mais demanda custos
na produção agropecuária, de modo espe-
cial, na irrigação, na manutenção da tempe-
ratura em instalações animais, na produção
de rações para avicultura e suinocultura, no
resfriamento e aquecimento de água para a
higienização dos equipamentos da sala de
ordenha, entre outras situações.
A energia extra produzida nas proprie-
dades pode ser disponibilizada diretamente
na rede, o que gera descontos na conta de
energia elétrica. Isso porque a legislação
brasileira permite a produção e injeção de
energia nas redes normais, utilizando-a
de forma compensatória, ou seja, em me-
ses de produção maior que o consumo, o
excedente deposita-se em uma espécie de
“banco de energia”, para que seja utilizada
emmeses com produção menor em relação
ao consumo.
O gerente regional da Emater/RS-
-Ascar, Flávio Joel Baz Fagonde, lembra
que são diversas as tecnologias que têm
sido divulgadas na região e podem facili-
tar e qualificar o trabalho e a vida no am-
biente rural, desde o aproveitamento de
placas fotovoltaicas até a implantação de
biodigestores. Outras informações podem
ser obtidas nos escritórios municipais da
Emater/RS-Ascar.
na região de
santa rosa, o
uso de energias
alternativas se
consolida como uma
opção inteligente
para diminuição
de custos na
propriedade.
REGIONAL SANTA ROSA
SAIBA MAIS SOBRE POSSIBILIDADES DE ENERGIAS
QUE PODEM SER IMPLANTADAS NO MEIO RURAL
IRRADIAÇÃO SOLAR
- As placas fotovol-
taicas absorvem a energia do sol, produzindo
eletricidade de 12 volts, em corrente contínua.
Acoplado aos painéis existe um inversor de
energia, que a transforma em 220 volts e em
corrente alternada, para que seja injetada na
rede normal das concessionárias. Em média
são necessários apenas entre seis e oito anos
para o retorno total do investimento.
BIODIGESTORES
- A produção de gás
metano acontece através da utilização de
biodigestores, que são uma estrutura onde
os dejetos animais sofrem a decomposição
por bactérias anaeróbicas, também deno-
minadas metanogênicas. Através deste
processo é produzido o biogás e o bioferti-
lizante. O gás metano serve de combustível
para geração de calor ou alimentação de
motores a combustão, bem como gerado-
res de energia elétrica. Também se pode
aproveitar o esterco, já curtido, como bio-
fertilizante na adubação de hortas e pasta-
gens, por exemplo. O retorno do capital in-
vestido tem ocorrido em aproximadamente
três anos.
CARNEIRO HIDRÁULICO
- Para o bombeamento de água, uma tecnologia simples e de baixo
custo também tem chamado atenção e permitido que o líquido encanado chegue até pontos que
historicamente sofriam com sua falta.
O carneiro hidráulico atua utilizando-se da força da gravidade, sendo que a água é levada por
um cano, sofrendo uma brusca interrupção, com capacidade de elevar a água em torno de seis a
oito metros de altura para cada metro de desnível. A pressão gerada é suficiente para bombear
água de um nível mais baixo para um nível mais alto, levando-a para o reservatório destinado
à manutenção familiar ou dos animais. da Serra e eleva a produtividade na principal região
produtora de hortigranjeiros do Rio Grande do Sul.
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