Jornal da Emater - Edição 2 - page 18

REGIONAL lajeado
Dinheiro que
é ferramenta
N
ão é empréstimo.
É investimento. É
com esta filosofia
que, ano após ano,
o escritório regional da Emater/
RS-Ascar em Lajeado tem se
destacado no desenvolvimento
de projetos para que agricul-
tores tenham acesso a recursos
financeiros. A transformação
social decorrente desta nova
filosofia de gestão tem como
principais resultados a qualida-
de de vida e a solidificação do
processo de sucessão rural nas
propriedades. De janeiro a no-
vembro de 2016, com o envol-
vimento dos 55 municípios dos
vales do Caí e Taquari, foram
5.539 projetos de crédito, que
aportaram mais de R$ 140 mi-
lhões em minifúndios.
A principal linha de crédi-
to acessada pelos produtores
é a do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf) para custeios
e investimentos, sendo os prin-
cipais bancos destinadores de
recursos o Sicredi, o Banco do
Brasil e o Banrisul. O assisten-
te técnico regional da Emater/
RS-Ascar na área de Organiza-
ção Econômica, Paulo Conrad,
salienta o fato de alguns muni-
cípios alcançarem um número
superior a 300 projetos de cré-
dito ao ano, como é o caso de
Anta Gorda e Dois Lajeados,
por exemplo.
Outro município que tem
tido destaque em ações do tipo
é Estrela que, em 2016, com o
trabalho da Emater/RS-Ascar,
realizou 129 financiamentos,
garantindo a injeção de cerca
de R$ 8 milhões para produ-
tores do município investirem
em implantação, ampliação e
modernização das estruturas de
produção ou beneficiamento e
industrialização de produtos. É
exatamente este o caso da agri-
cultora Loreci Facioni, da loca-
Na Região dos Vales,
projetos de crédito
rural assistido
têm transformado
a vida no campo
para melhor.
lidade de Novo Paraíso. Ao lado
da filha Cátia, ela utilizou uma
linha de financiamento do Pro-
naf para a implantação de três
estufas para cultivo de moran-
gos em substrato.
Os cerca de R$ 50 mil repas-
sados pelo projeto possibilita-
ram à família, que conta ainda
com o apoio do marido Nelson,
a aquisição dos materiais para
a construção das bancadas, das
estruturas de ferro e das insta-
lações hidráulicas e elétricas,
além das 12 mil mudas que fo-
ram plantadas no meio do ano.
Com a safra ainda no início e a
adoção de um cultivo livre de
produtos agroquímicos, a pro-
dutora já tem colhido cerca de
100 quilos de frutas por sema-
na. Tudo é vendido diretamente
para o consumidor e também
emmercados locais, ao valor de
R$ 12,00 o quilo.
“Se soubesse que seria tão
impactante e positivo para nós
esse tipo de investimento, eu
já teria realizado antes”, garan-
te Loreci que, há cerca de um
ano, ainda auxiliava o marido
na produção de suínos. Aliás, o
local onde estava a creche para
os suínos, muito em breve deve-
rá dar lugar a novas estufas para
a produção de morangos, já que
Loreci não tem dado conta da
demanda. “Até o ano que vem a
minha ideia é colocar mais nove
mil pés”, afirma. Investimento
este que se somará a outros, já
feitos anteriormente, e que en-
volvem a produção de leite na
propriedade.
De acordo com Conrad, o
exemplo de Loreci se repete
em diversos outros municípios
que possuem agricultores aces-
sando as linhas de crédito do
Pronaf. “Assim, além de conse-
guir acompanhar as novas exi-
gências nas principais cadeias
produtivas de sua região, os
agricultores também passam a
estar segurados, já que o crédito
rural também garante o supor-
te para o produtor em casos de
frustração de safra ou em meio
a eventos adversos relacionados
ao clima”, finaliza.
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EMATER
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