Jornal da Emater - Edição 2 - page 22

REGIONAL pelotas
Acadêmicos do
cooperativismo
A
Banca 78 do Mercado Público
de Pelotas vende alimentos,
mas poderia vender lições de
vida. Cada produto exposto
aos clientes tem consigo uma trajetória de
afeto, dedicação e humanismo até chegar
às gôndolas e prateleiras.
São 24 empreendimentos da agricul-
tura familiar, sendo dez cooperativas de
produtores, que comercializam um mix
de produtos que cativa consumidores e até
mesmo instituições públicas, como o res-
taurante da Universidade Federal de Pelo-
tas, escolas municipais da região e feiras
do produtor.
Até o Exército já comprou alimentos da
Rede, como o grupo de empreendimentos
é chamado. A primeira comercialização
aconteceu com o 8ª Batalhão da Briga-
da de Infantaria Motorizada, mas outras
guarnições também já demonstraram ine-
resse, participando de seminários sobre os
mercados possíveis à agricultura familiar.
“Pelotas está na vanguarda dessa nova ex-
periência de organização de comercializa-
ção em rede, que divulga a diversidade de
produtos, sem tirar a identidade dos em-
preendimentos”, explica o assistente téc-
nico regional de Organização Econômica
da Emater/RS-Ascar de Pelotas, Renato
Cougo, ao analisar a evolução dessa rela-
ção, que iniciou em 2011, com a criação
da Unidade de Cooperativismo de Pelotas.
O mix de produtos oferecidos é repre-
sentativo da diversidade de agroindús-
trias e cooperativas que integram a Rede:
cereais embalados, doces, massas, com-
potas, geleias e chimias, conservas vege-
tais, embutidos, como linguiça frescal e
defumados, além dos laticínios e queijos,
comercializados por três agroindústrias
familiares e três empreendimentos de su-
cos e geleias, feitos com frutas nativas da
região, como araçá, pitanga, butiá e uvaia.
Uma das iguarias que chama a atenção é a
Bochecha de Traíra, que é produzida pela
Cooperativa de Pescadores de Santa Isabel
e que está em processo de certificação de
origem.
Aliás, a certificação de origem está na
alça de mira de muitos produtos da região.
Entre eles, a cebola de São José do Norte;
os cortes de cordeiro de Cacimbinhas, em
Pinheiro Machado; as frutas nativas como
o butiá, de Tapes e de Santa Vitória do Pal-
mar; a Juripira, bebida dos açorianos da
Ilha dos Marinheiros, em Rio Grande e o
doce de leite de Santa Vitória do Palmar
para denominação de origem. “Como
esses empreendimentos são pequenos e
enfrentam os mesmos problemas, como
mão-de-obra familiar e dificuldade de
acesso e de logística para escoar a produ-
ção, a Rede é uma boa oportunidade para
que participem dos mercados e feiras de
forma coletiva”, avalia Cougo.
Na Zona Sul do
Estado, famosa pelo
carnaval, pequenos
empreendedores
com produtos
diferenciados se
unem e vendem
cada vez mais
Através da UCP da Emater/RS-Ascar de Pelo-
tas, a venda de alimentos para os mercados ins-
titucionais é uma oportunidade que se fortalece
junto às cooperativas.
O Restaurante Escola (RE) da UFPel é um ex-
celente exemplo do volume crescente de com-
pras institucionais de alimentos da agricultura
familiar, através da Rede. Em 2013, o RE ad-
quiriu R$ 5.800,00; em 2014, R$ 193 mil; em
2015 foram R$ 262 mil e a expectativa para até
o final de 2016 é ultrapassar os R$ 300 mil em
alimentos repassados via Rede para o RE.
Ganho em escala
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