Jornal da Emater - Edição 2 - page 21

REGIONAL santa maria
O menos
é mais
Na região de Santa
Maria, centenas de
produtores estão
aprendendo que é
possível manter a
produtividade com
menos aplicações
de defensivos.
H
á três anos que o
Manejo Integrado
de
Pragas(MIP)
surgiu. Em parceria
com universidades, unidades da
Embrapa, técnicos da Emater/
RS-Ascar criaramummétodo de
avaliação das lavouras para mo-
nitorar o aparecimento de doen-
ças, plantas daninhas e insetos e
diminuir a aplicação de produtos
químicos.
A região de Santa Maria al-
cançou destaque na utilização
da técnica ao ter quase 75% dos
municípios da jurisdição envol-
vidos. É no espectro da cidade
universitária onde estão também
cerca de 40% das Unidades de
Referência Tecnológicas (URT)
do projeto, que são as proprieda-
des com monitoramento cons-
tante para captação de resultados
que servirão de parâmetro para a
difusão da técnica.
O assistente técnico regional
de produção vegetal da Emater/
RS-Ascar, Luiz Antônio Rocha
Barcellos, acredita que o MIP se
desenvolveu bastante na região
central do Estado pelo perfil dos
próprios produtores, que con-
versam muito entre si. “É aquela
coisa. O agricultor fez a aplicação
de defensivos por três ou quatro
vezes na lavoura. Viu que o vizi-
nho não fez nenhuma. Eles vão
se conversar para saber o que o
outro está fazendo. E assim, o
projeto se difunde”.
Os extensionistas da Emater/
RS-Ascar tem plena consciência
de que muitas vezes é preciso fa-
zer atémesmo umapoio psicoló-
gico ao produtor, que ao vistoriar
a plantação, encontra uma ou
duas lagartas e já sente-se mais
seguro aplicando algum defen-
sivo. É justamente por isto que
os técnicos vão semanalmente
às propriedades para fazer a vis-
toria junto com os produtores,
usando a técnica do pano branco
emalgumas fileiras da lavoura. A
partir da quantidade de insetos
encontrados junto do material
que o agricultor vai decidir, em
parceria com o profissional, se é
hora de fazer a aplicação e qual
deve ser o produto.
Ainda segundo Barcellos,
ao perceber que a produtivida-
de fica praticamente inalterada
com menor custo de produção,
é inevitável que o produtor pas-
se a se interessar pela técnica.
“Pelos nossos cálculos, a eco-
nomia média é de 10% no custo
total da lavoura, considerando
que há menos uso de produtos,
diminuição de horas/máquina,
etc.”, destacando ainda que os
extensionistas detectaram um
desconhecimento muito grande
por parte dos agricultores em
relação ao uso de químicos ou
mesmo os tipos de insetos, já
que nem todos são prejudiciais
às plantas.
Para amenizar este desconhe-
cimento, os técnicos da Emater/
RS-Ascar trabalham com duas
escalas para ajudar na escolha
do produto químico a ser apli-
cado na lavoura. “Nós procu-
ramos sempre orientar a opção
que envolve a maior eficiência e
menor agressividade. Para 2017,
ameta émelhorar as ferramentas
de avaliação, com capacitação de
mais técnicos, já que temos cerca
de 61 URTs espalhadas pelo Rio
Grande do Sul”, explica o assis-
tente-técnico estadual da Ema-
ter/RS-Ascar na área de grãos,
Alencar Paulo Rugeri.
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