H
á tempos que o leite vem ele-
vando seu status junto das pe-
quenas propriedades rurais.
Considerado estratégico, já
que é garantia de renda ao produtor du-
rante o ano inteiro, o produto vem sendo
observado com mais carinho pelos agri-
cultores que precisam diversificar a matriz
produtiva. Em alguns casos, de atividade
secundária o leite passou a produto prin-
cipal.
A região do Alto Uruguai viu este fe-
nômeno acontecer em centenas de pro-
priedades de todos os seus 32 municípios,
que concentram uma das principais ba-
cias leiteiras do Estado. São cerca de 7 mil
propriedades, com uma produção média
de 26 milhões/litros/mês, o que represen-
ta uma renda de aproximadamente R$
3.100,00 por família.
O casal de jovens Alan Tormen, de 24
anos, e Verusca Balen, de 25 anos, faz par-
te destas estatísticas. A atividade leiteira é
a única da propriedade deles, localizada
na divisa de Erechim com Paulo Bento.
Ele é Técnico Agropecuário e Verusca é
formada em Administração. Com um re-
banho de 64 vacas em lactação, com pro-
dução de média de 2.250 litros de leite por
dia, o volume mensal oscila entre 72 mil
e 76 mil litros mês.. “O ano de 2016 foi
melhor que o de 2015. Investimos muito
na granja”, conta Verusca.
Apesar de jovem, o casal mostra muita
maturidade e determinação na condução
da atividade. O rebanho total é de 110
animais. Este número é resultado de um
planejamento a respeito da capacidade
de produção de alimentos para o rebanho
na propriedade. Apesar das oscilações de
preço, o saldo é considerado positivo.
“Estamos satisfeitos com a atividade, mas
a gente nunca sabe quanto vai receber”.
A intenção do casal é começar a ofertar
mão mão-de-obra em breve, já que esta
também é uma dificuldade. Diariamente
são feitas três ordenhas, sendo uma às 5
horas da manhã, outra no início da tarde
e a última à noite
A propriedade da família Tormen tam-
bém é considerada um exemplo de suces-
são familiar, já que Alan e Verusca estão
dando continuidade à atividade iniciada
pelos pais de Alan, Paulo e Beatriz.
A emater/rs-
ascar prestou
assistência a
32.249 produtores
de leite de 443
municípios gaúchos
em 2016. A atividade
ganha cada mais
força junto dos
minifúndios.
Para que a região se consolide cada vez mais como um dos principais pólos
produtores de leite do Estado, ao longo de 2016 foram realizados vários tipos
de eventos na região, desde cursos sobre o manejo de bovinos de leite até a
13ª edição do Simpósio do Leite e 7ª Fórum Nacional de Lácteos, que reuniu
representantes da cadeia produtiva do leite, em Erechim.
A Chamada Pública do Leite, executada pela Emater/RS-Ascar em todo o
Estado, por meio de convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), também deve trazer resultados imediatos. Na região do Alto Uruguai,
500 famílias com baixa produção leiteira, de 23 municípios, estão sendo be-
neficiadas por esta politica pública.
Entre os destaques da atividade da Emater/RS-Ascar na região de Erechim
está um projeto visando à melhoria do sistema de criação da bezerra leiteira. O
projeto está sendo executado em 135 propriedades da região do Alto Uruguai,
com acompanhamento sistemático. Após a coleta de dados, será realizada a
análise quantitativa e qualitativa dos questionários e das fichas das bezerras,
elaboração de documento de diagnóstico e de recomendação de práticas de
manejo, encontro de análise e discussão dos resultados e encaminhamento de
ações com os agricultores e técnicos.
Debater, ensinar, gerar conhecimento para melhorar os resultados
O casal de jovens
Alan Tormen, de
24 anos, e Verusca
Balen, de 25 anos,
faz parte destas
estatísticas.
REGIONAL ERECHIM
Para
vitaminar
as finanças
4
JORNAL DA
EMATER
DEZEMBRo de 2016
