Anuário Brasileiro da Soja 2016 - page 79

Robispierre Giuliani
Mais soja
nacapital doarroz
OmunicípiodeCachoeiradoSul, tradicional
poloarrozeiro,agoradespontacomoumdos
maioresprodutoresdesojadoRioGrandedoSul
Novas alternativas
Na AgropecuáriaWachholz, na localidadedeFaxinal daGuardinha, apalavraestratégica
é diversificação. Produtor de arroz hámais de 30 anos, o agropecuarista Carlos Augusto Mer-
nakWachholz deu inícioaoplantiode sojahá sete safras. “Oarroz começoua ficar como cus-
tomuitoaltoe compouca lucratividade. Então, precisei buscar alternativas”, explica. Umadas
práticas adotadas e considerada fundamental na propriedade é a rotação de culturas na vár-
zea, beneficiandodiretamenteaorizicultura, umavezquea técnica limpaemelhoraosolo.
CriadordaraçadegadoBraford,Wachholzaindadescobriunaoleaginosaumaaliadapara
apecuária, somando resultadospositivos. “Plantosojanoverãoeconsigopastagensmaisba-
ratas e eficientes no inverno. Os benefícios podemser observados no desempenho e na qua-
lidade dos animais", salienta. Para o produtor, cada vez mais as famílias no campo precisam
buscar novas possibilidades a fim de elevar sua rentabilidade. “É o caminho para conseguir-
mos sobreviver naatividade”, pondera.
Às margens do Rio Jacuí, na região cen-
tral do Rio Grande do Sul, Cachoeira do Sul
já foi reconhecida como a capital nacional
do arroz. Nos últimos anos, no entanto, a
vocação agrícola dos produtores está mi-
grando. Adesvalorizaçãodocereal frenteaos
atrativos preços da soja nomercado interna-
cional alavanca mudanças significativas nas
áreas agricultáveis. Na última safra, o muni-
cípio foi o segundo maior produtor de soja
do Estado, perdendo apenas para Tupanci-
retã,naregiãoNoroeste.Eaexpectativaéde
assumir o topo do
ranking
embreve.
De acordo com o presidente do Sindica-
to Rural do município, Paulo Afonso Schwab,
CachoeiradoSulpossui370milhectares,sen-
do que grande parte dessa área é propícia
para o agronegócio. Também somam vanta-
gens para o desenvolvimento do setor a qua-
lidade do solo e a abundante disponibilidade
de água, que estimula a expansão da irriga-
çãoemelhoresresultadosprodutivos.“Imagi-
noque,nofuturo,peladisponibilidadehídrica
que temos, possamos desenvolver uma área
irrigada bemmais importante, abrindo espa-
çotambémparaoutrasatividadesagrícolas”.
Em cenário promissor, a soja despon-
ta nas lavouras como uma das melhores al-
ternativas de renda para os agricultores. Em
2016, a projeção é de que se atinja 140 mil
hectares, contra 30 mil hectares de arroz.
Hoje, muitas áreas da orizicultura são culti-
vadascomaoleaginosa,emfunçãodaremu-
neraçãomaisatrativa.“Asojaestábem-distri-
buída em todas as regiões do município. Só
não entra emvárzeasmuito baixas e emáre-
as sistematizadas de arroz, onde o plantio é
mais complicado, em virtude do excesso de
umidade”, explicaoagropecuarista.
De acordo com o dirigente, a soja melho-
rou os campos do município, favorecendo a
integração lavoura-pecuária. Dos 140mil hec-
tares do grão cultivados em 2015, 120 mil re-
ceberampastagemde aveia e azevémna res-
teva, revertidos em proteína animal. “Temos
umaagriculturaepecuáriascadavezmaisfor-
tes, principalmente em função da soja. A cul-
turatemfavorecidomuitonossosoloenossas
condiçõesdeprodução”, pondera. No interva-
lo produtivo, como alternativa de rotação, há
produtores que optam por investir em cultu-
rasdeinverno,comoomilho.
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