Anuário Brasileiro da Soja 2016 - page 15

Seta
parao futuro
País firma-secomoograndefornecedordesoja
paraomundoetemnaoleaginosaoprincipal
produtodaagriculturanacionaledasexportações
O verde da planta e o amarelo do grão
identificam o Brasil e seu principal produ-
to, a soja. É o líder absoluto da agricultura
do País, com 23% do faturamento do setor
agropecuário, e o item mais representativo
da pauta das exportações nacionais, não só
do segmento, como também no geral, com
10,9% do total se for considerado só o grão,
ou 14,6% quando se inclui farelo e óleo (o
chamadocomplexosoja).Eatendência,con-
forme especialistas na área, é de que assim
continue nos próximos anos, com a nação
firmando-se comomaior exportadora, além
de perseguir a posição demaior produtora.
O Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa) apresentava em
meados de setembro de 2016 informação
de que o Valor Básico da Produção (VBP)
da soja para 2016 seria de R$ 118,6 bilhões,
representando 23% do faturamento total
do setor. O montante estimado identifica-
ria alta de 3,8% sobre o ano anterior. Já a
Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) projetava para o ano, na mes-
ma data, valor de R$ 126,9 bilhões, que in-
dicaria 23,5%do total e ficaria 2,1% abaixo
de 2015, em virtude de recuo de preços e
questões climáticas.
Para próxima década, o Mapa faz proje-
ções dando conta da manutenção do cres-
cimento, embora em ritmo menor do que
no período anterior. Na sua avaliação, será
a lavoura que mais deve expandir área na
década (10 milhões de hectares sobre os 33
milhões atuais), no total de 30,2%, ou taxa
médiaanual de2,7%, enquantonosúltimos
10 anos este índice chegou a 5,8%. Mencio-
na, deoutro lado, posiçãomais conservado-
ra de técnicos da Associação Brasileira das
Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove), na faixa
de1%,“devidoàpressãocrescenteparaevi-
tar avanços emáreas nativas”.
Entretanto, conforme observado pela
área técnica do organismo oficial, a tendên-
cia é de que ocorra expansãomais expressi-
va da cultura em áreas de pastagens, além
de ocupar regiões de terras disponíveis e
substituir outras lavouras. Como áreas no-
vas, são citadas as de cerrados na região
identificada comoMatopiba (acrônimo com
as primeiras sílabas dos estados de Mara-
nhão, Tocantins, Piauí e Bahia), no Nordes-
te enoNorte, alémdeprever algumamigra-
ção para os nortistas Pará e Rondônia.
Pela Abiove ainda é frisado o desa-
fio de voltar a aumentar a produtivida-
de, que está ao redor de 3 mil quilos por
hectare. Neste sentido, projeção do Mapa
para a produção nos próximos 10 anos já
indica índice superior (35,1%) ao da área
(30,2%), porém inferior ao da década ante-
rior (66%). A perspectiva é de ultrapassar a
100 milhões de toneladas na safra 2016/17
e atingir a 129 milhões de toneladas no ci-
clo 2025/26. A exportação cresceria mais
(41%) do que o consumo interno (22,6%).
Já a produção de farelo de soja aumenta-
ria 24,5%e a de óleo, 23,4%.
Para próxima safra, embora o milho
agora ofereça mais rentabilidade do que a
soja, esta “continuará sendo a culturamais
importante, pela liquidez externa e inter-
na que possui”, diz Argemiro Luís Brum,
professor de economia, analista e consul-
tor agropecuário. Ele destaca ainda o fato
de que o Brasil é hoje o grande fornecedor
mundial do grão (respondendo por 42,2%
do total mundial exportado), embora ain-
da com participação menor na exportação
dos derivados (no caso, 22,8%do farelone-
gociado e 11,4% do óleo). Além disso, su-
blinha Brum, “o País caminha para ser o
maior produtor individual mundial da ole-
aginosa nos próximos anos”.
13
1...,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14 16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,...124
Powered by FlippingBook