O leitor poderá fazer o teste em sua roti-
na: não há ocasião no cotidiano do brasilei-
ro emque a soja não esteja presente. Sópor
esse aspecto já seria possível dimensionar a
importânciadesse grãoparao ritmode vida
moderno. Na cozinha, no preparo de uma
refeição, eis a oleaginosa sendo aproveita-
da, sob as mais diversas formas, a começar
pelo óleo – e muito provavelmente compa-
reça também na forma de proteíra animal,
uma vez que é a base da alimentação servi-
da a aves, suínos e animais de maior porte.
Nas estradas, caminhões que cruzamo País
de norte a sul, levando o progresso, como
diz o ditado, são movidos a diesel, e nesse
óleoaparticipaçãodobiodiesel écrescente.
Pois o biodiesel no Brasil tema soja como a
matéria-primamais segura e disponível.
Já se a atenção voltar-se para a balança
comercial,nosnegóciosqueoPaísestabele-
ce com o mercado global, seu peso é imen-
so: a soja hoje impulsiona a receita cambial,
e seus divididendos se traduzem em pro-
gresso, obras e desenvolvimento em todas
as regiões nacionais. E esse cenário, se já é
por si só digno de todas as comemorações,
só tende a se fortalecer muito. Não por aca-
so, as projeções indicam que em apenas 10
anos devem ser incorporados mais 10 mi-
lhões de hectares aos atuais 33 milhões
cultivados com soja nas cinco regiões na-
cionais. É o anúncio claro de que em ape-
nas uma década a colheita nacional deverá
dar salto imprevisível, indoparamuito além
das 100milhões de toneladas, patamar que
deve ser ultrapassado na safra 2016/17.
É ainda a evidência de que os benefí-
cios da soja tendem a se efetivar nas mais
diversas áreas da sociedade. E o Brasil,
através de suas entidades e de suas orga-
nizações públicas e privadas, tem se ocu-
pado em criar condições para que a “soja-
dependência”, por assim dizer, mantenha
intactos os seus aspectos benéficos.
UmavezqueoPaíséumdospoucoscom
fronteira agrícola disponível, para incorpora-
ção ao sistema produtivo, é quase certo que
os brasileiros serão diretamente responsá-
veis por um eventual aumento de demanda
nofuturo.Àmedidaemqueapopulaçãoglo-
bal aumenta, crescemna mesma proporção
as necessidades de alimentação, com regu-
laridade de oferta e a preçosmais acessíveis.
Nessa hora, a reserva de área agricultável no
Brasil, sem necessidade de desmatamento
ou inibição de outras atividades agropecuá-
rias, vira umargumento irrefutável.
Até omomento, a exportaçãodo grão,
in
natura
, temsido o carro-chefe nos negócios
da cadeia da soja. Mas cada vez mais o se-
tor se organiza a fim de agregar valor, com
diferentes estágios de beneficiamento e in-
dustrialização. As vendas externas de fare-
lo e de óleo, hoje ainda inferiores aos níveis
que a cadeiapoderia alcançar, poderão vir a
ser incrementadas nos próximos anos. Com
ainstituiçãogradativadenovasunidadesde
esmagamento e a expansão das já existen-
tes, certamente esses dois produtos tam-
bémtrarão cada vezmais divisas ao País.
Todo o impulso formidável que a colhei-
ta de soja alcançou no Brasil nos últimos
anos tem a marca inconfundível da pesqui-
sa. Desde omomento emque os especialis-
tas, liderados pela Embrapa Soja, assegura-
ramaadaptaçãodocultivoparaoambiente
tropical, essa planta pode desbravar as
imensidões do Centro-Oeste, no bioma cer-
rado, avançando a cada ano em direção ao
norteeaonordestedoBrasil. Naatualidade,
praticamente não há região agricultável, da
pequena à média e à grande propriedade,
emque a soja não esteja presente ou rever-
bere os seus inúmeros ganhos sociais.
Por esse panorama, umdos mais pujan-
tes e mais revolucionários em realidade de
agronegócio no mundo todo, a soja cons-
titui uma das grandes bases da economia
brasileira. No campo e na cidade, na indús-
tria direta e nas áreas de apoio, do comér-
cioedosserviços,éessegrãoque,porassim
dizer, alimenta os planos e as pretensões de
cada cidadão. E a pesquisa, não é difícil de
concluí-lo, torna-se a cada dia mais estraté-
tica, ao dar respaldo e atuar na retaguarda
dos eventuais riscos e das necessidades do
setor, na lavoura ou fora dela.
Portanto, quando um caminhão cruza
pelas regiões agrícolas do Brasil, leva muito
mais do que o grão colhido nas lavouras, às
margens das rodovias. Emsua cargapesada,
levaos sonhos eas alegriasda sociedade.
Ótima leituraeumaexcelentesafra!
Asojaémuitomaisdoqueogrãocolhido
emcercade33milhõesdehectaresnoBrasil.
Elaéacarnequevai àmesa, éoóleoeo farelo,
eécadavezmaisodiesel quemoveoprogresso.
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