Para
compensar
Mesmo com recuo na área plantada,
aproduçãobrasileiratendeacrescerporcontada
produtividade, queserámaior, graçasaoclimafavorável
A
cotonicultura brasileira vai em-
pregar, na prática, o jargão po-
pular de que menos é mais, o
que se refere à simplicidade
das ações para gerar resulta-
dos. Mesmo reduzindo a área plantada, o
setor vai colher mais pluma e, graças à pro-
dutividade, retomar a geração de renda de
outros tempos. Na temporada 2015/16, as
lavouras doMatoGrossomantiverama pro-
dutividade praticamente inalterada, mas as
do Nordeste produziram pouco, por causa
do clima adverso. E perderamdinheiro.
No ciclo 2016/17, a área cultivada de-
verá ser 1,6% menor no País, alcançando
939,7 mil hectares, segundo a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab). Bru-
no Nogueira, analista desse organismo,
considera que a pequena retração na su-
perfície cultivada é influenciada pelo qua-
dro de oferta e demanda mais ajustado,
descolado da conjuntura externa que es-
tava pressionando os preços da pluma
por ocasião do plantio, em contrapartida
aos altos custos de produção.
A Conab chegou a projetar área ainda
menor para o período, mas a nova conjun-
tura de preços internos mais fortes e o cli-
ma favorável nas etapas iniciais do culti-
vo acabaram incentivando o cotonicultor
a aproveitar um pouco mais a disponibili-
dade de sementes, insumos e terra. Quem
puxa a tendência é a maior região produ-
tora do Brasil, o Centro-Oeste, que passou
de expectativa de queda no plantio para
crescimento de 3,3%.
A reversão do cenário em relação à sa-
fra anterior temcomo suporte oMatoGros-
so, que vai crescer 4,5%. O Estado soube
aproveitar os bons preços do mercado in-
terno pela quebra da safra baiana e dos de-
mais estados do Nordeste, e isso influencia
o avançode 600,8mil para 628mil hectares
na temporada (4,5%). O clima tem favore-
cido o desenvolvimento do algodoeiro de
primeira e de segunda safras.
É por causa do clima e da alta tecnolo-
gia empregada pela cotonicultura profis-
sional que o novo ciclo deverá recuperar
o volume colhido em 15,5% em relação
à safra anterior, alcançando 3,724 mi-
lhões de toneladas de algodão em caro-
ço, ou 1,488 milhão de toneladas de plu-
ma. A produtividade deve crescer 17,4%,
de 1.350 para 1.584 quilos por hectare de
pluma e de 3.378 para 3.964 quilos por
hectare de algodão em caroço.
Inor Ag. Assmann
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