Quantocusta?
Ocustoparaa construçãodeum
silocomsecagemaarévariável. Por
isso, caso haja interesse emmontar
este tipo de estrutura na proprieda-
de, o primeiro passo é buscar o es-
critório da Emater-RS/Ascar no seu
município. O corpo técnico da insti-
tuição vai orientar qual amelhor di-
mensão,deacordocomafinalidade
decadaagricultor.Ovalordoinvesti-
mento varia conforme o espaçodis-
ponível e o relevo do terreno, além
de outros fatores. Na região de Es-
perança do Sul, por exemplo, o cus-
to estimado fica entre R$ 17,00 e R$
19,00 por saca armazenada. As li-
nhas de financiamento também
são convidativas ao produtor ru-
ral. Algumas chegam a 10 anos.
Localizaçãoéimportante
Na maioria dos casos, opta-se
pela construção do silo junto a al-
gum espaço ocioso dentro da pro-
priedade, já coberto. No caso de
quem pretende utilizar o produto
armazenado para a alimentação
dos animais, a proximidade em re-
lação a eles faz toda a diferença na
hora de utilizar o produto. A cons-
5motivos para o produtor
ter o seu próprio silo
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RENTABILIDADE
Com armazenagem própria, o produtor escolhe a melhor época
para vender seu produto. Foge da situação de entregar na época da
safra, quando os preços estão mais baixos, principalmente no caso
da soja. No trigo, por exemplo, é possível plantar uma variedade es-
pecífica para atender a um mercado igualmente específico. Já em
relação ao milho, é possível manter uma reserva estratégica para a
propriedadeecomercializarnaprópria região, umavezqueoprodu-
to constitui a base da alimentação das cadeias de proteína animal.
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PROFISSIONALIZAÇÃO
O produtor aprende a vender e negociar. Conhece mais o seu
produto, aprende a administrarmelhor a suapropriedade e a ava-
liaromercado.Muitasempresasecooperativasentraramemrecu-
peração judicial ouencerraramsuasatividades, causandograndes
transtornos a milhares de produtores. Ao ter controle do próprio
produto, o produtor ganhamais poder de negociação.
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QUALIDADE
O sistema de secagemcomar forçado preserva as características
do produto. No caso do milho, por exemplo, quando armazenado
e seco em sistemas com combustão acima de 45ºC, o grão começa
a perder o amido, que é fundamental para a alimentação dos ani-
mais, como gado de leite, suínos e aves. Com uma nutrição menos
eficiente, o animal ganhará menos peso e produzirá menos leite, se
for o caso. A alimentação também influi diretamente na fertilidade
dos animais.
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CUSTOS
Além de a construção ser relativamente barata, o sistema per-
mite ganho de diversas formas para o produtor rural. Para quem
usa a produção própria para a alimentação de animais, os ganhos
são imensos, principalmente em relação a fretes, taxas de admi-
nistração e custos operacionais cobrados pelas empresas. O siste-
ma ainda temumcusto energético baixo e não exigemão de obra
para acompanhar o funcionamento. É extremamente prático. A
construção raramente demoramais de uma semana.
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AUTOESTIMA
Muitos produtores relatam um aumento da motivação ao esta-
remdiante da própria produção. O simples fato de observar o resul-
tado físico de seu trabalho diante dos olhos faz comque o agricultor
tenha mais ânimo e interesse em melhorar o desempenho de sua
propriedade.
Ummeiosimpleseprático
trução é simples, porém deve ser
feita com orientação. Na região de
Santa Rosa e de Ijuí, a demanda
tem sido tão grande que algumas
equipes de pedreiros já têm traba-
lhoagendadoparaváriosmeses.
Um dos idealizadores do siste-
ma, o agrônomo Ricardo Martins,
da Emater/RS-Ascar, ressalta amu-
dança de comportamento por par-
tedoprodutor. “Empaísescomoos
Estados Unidos, cerca de 60% da
armazenagem é feita nas proprie-
dades. No Canadá, é de 80%. Já
no Brasil a média é de 15%. Trata-
-se de uma mudança cultural, que
aospoucoscomeçaatransformara
vidadaspessoas”, diz.
A Emater/RS-Ascar, além de
orientar os agricultores fami-
liares na construção e na ma-
nutenção dos grãos na proprie-
dade, desenvolve atividade de
Classificação e Certificação,
com serviços de classificação
para determinar a qualidade
dos alimentos, através de aná-
lises físicas e físico-químicas de
produtos de origem vegetal. A
certificação de unidades arma-
zenadoras é outra atividade
para a qual a Emater/RS-Ascar
está acreditada pelo Inmetro.
“O processo de secagem e de
armazenagem visa, principal-
mente, proporcionarumproduto
com qualidade para o consumi-
dor final”, salienta o gerente ad-
juntodaClassificação e Certifica-
ção da Emater/RS-Ascar, Gilceu
Antonio Cippolat. A GCC está dis-
tribuída em 28 unidades de clas-
sificação e 12 postos de fronteira
noEstadoeatendeaprodutores,
cerealistas, compras e vendas do
poderpúblico, e importaçãoeex-
portação de produtos de origem
vegetal, como informaCippolat.
Classificação e certificação
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JORNAL DA
EMATER
JULHO de 2017