RejanePaludo
A
muda é o principal insu-
mo do pomar e, na hora
de adquiri-la, o agricul-
tor não deve pensar em
economizar, tendo em vista que
uma muda frutífera pode durar
décadas, e é da qualidade dela
que dependerá a longevidade e a
produtividade das plantas.
Apesar de ser um investimen-
to às vezes feito uma única vez na
vida, o custo de implantação de
um pomar é elevado. Por isso, re-
quer planejamento e a seleção de
mudas da melhor qualidade. Mu-
das ruins poderão ter de ser er-
radicadas ou replantadas, o que
acaba por gerar despesa dupla,
multiplicando o trabalho e provo-
candoumretorno financeiromais
demorado.
De acordo com o assistente
técnico regional da Emater/RS-
-Ascar deCaxias doSul, engenhei-
ro agrônomo Enio Ângelo Todes-
chini, a implantação do pomar
precisa ser muito bem planeja-
da. Pelo menos um ano antes, o
produtor deve fazer a sistematiza-
ção e a correção do solo e obser-
var a disponibilidade de água, de
mão de obra e de recursos finan-
ceiros, o propósito da espécie e a
variedade a ser implantada, bem
como a aquisição demudas.
A muda deve ser comprada
de viveiros idôneos, credencia-
dos pelo Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), ou mesmo ser produzida
em casa. Conforme Todeschini,
Especialista em arcos galvanizados
e plásticos para coberturas de
estufas e parreirais.
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FRUTICULTURA
A conscientização dos produ-
tores quanto à importância da
qualidade da muda e da assis-
tência técnica tem sido um traba-
lho permanente da Emater/RS-As-
car, reforçado pela parceria com a
Embrapa, que desenvolve o Proje-
to Mudas de Qualidade Superior.
Este oferecematrizes de alta sani-
dade e acompanhamento técnico
de viveiristas credenciados.
Já na produção – na proprie-
dade – de mudas de videira, a
principal cultura da Serra Gaú-
cha, o agrônomo Enio Ângelo To-
deschini explicaque amudapode
ser depé-francoouenxertada. Se-
gundo ele, a planta matriz ou for-
necedora de estaca deve ser de
origem conhecida e com aspecto
geral dentro dos padrões.
A enxertia pode ser feita no in-
verno (em estacas dormentes) ou
na primavera (com as plantas em
pleno vigor), a chamada enxertia
herbácea ou em verde. “Este é o
melhor tipodeenxertia, pois resul-
ta em uma soldadura (da madeira
eda cascadas duas unidades) bem
mais eficiente que a de inverno, e a
cicatrização é umdos principais fa-
tores que caracterizam uma muda
dealtaqualidade”, frisa.
a maioria das espécies tem uma
normatização oficial que descre-
ve todos os requisitos que de-
vem ser atendidos. “De manei-
ra geral, uma muda de qualidade
não pode apresentar sinais de fi-
topatias, presença de pragas, ta-
manho ou calibre do caule muito
pequeno ou exagerado, sistema
radicular danificado (se for de raiz
nua), nem ser velha”, alerta. Além
disso, se amuda for adquirida em
viveiro, o agricultor deve exigir a
nota fiscal e o laudo fitossanitário.
O sucesso começa nessa etapa
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JORNAL DA
EMATER
JULHO de 2017
