Anuário Brasileiro do Tabaco 2016 - page 17

O
s produtores “deram um tempo” na safra 2015/16.
Diante de oferta maior de tabaco, que havia aju-
dado a reduzir a valorização em etapas anteriores,
eles reduziram o cultivo. Ao fato somou-se ainda
um clima desfavorável à produtividade, o que fez
com que a produção da temporada recuasse de forma significati-
va. O resultado não frustrou quem se dedica à atividade: o produ-
to ganhou valor maior e cada família produtora, emmédia, ainda
conseguiu elevar a renda obtida coma cultura.
Este é o balanço geral do ciclo feito pela Associação dos Fu-
micultores do Brasil (Afubra) na principal área produtora de taba-
co no Brasil, concentrada em 97% na região Sul. “Viemos de dois
anos com queda no preço médio, o que levou o produtor a dimi-
nuir a área de plantio no ciclo 2015/16, o que já vinha sendo esti-
mulado pelas entidades representativas, com o intuito de equali-
zar a oferta e a demanda, pois aquela estava maior do que esta”,
comenta Benício AlbanoWerner, presidente da Afubra.
Principalárea
produtorade
tabaconoSuldo
Brasilregistrou
leverecuonasafra
2015/16,masainda
assimgarantiu
bomresultado
financeiro
No decorrer da safra, problemas climáticos se apresentaram. O fenômeno
El Niño
provocou excesso de chuva de forma quase geral nas regiões produtoras, ocasio-
nando forte redução da produtividade média. No principal tipo plantado, o Virgínia
(87% do total), o rendimento diminuiu de 2.289 para 1.971 quilos por hectare. Além
disso, grande incidência de granizo ajudou a reduzir volume. Foi o ano em que esse
fator causoumaior prejuízo na história de 61 anos da Afubra, que oferece seguromú-
tuo. A entidade pagou R$ 121,7 milhões para cobrir danos em 33.220 lavouras.
No total da produção, chegou a ocorrer quebra de quase 25%, ficando em525mil
toneladas, pelos cálculos da Afubra. No âmbito industrial, foi detectado índice tam-
bémna faixa de 20%, enquanto a qualidade foi avaliada de razoável a boa, de acordo
com o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). No final, con-
forme apurou a Afubra, acabou ocorrendo expressiva valorização do produto, pró-
ximo a 40%, nos três tipos produzidos. No Virgínia, o acréscimo atingiu 37,8%, e no
Burley ultrapassou a 53%.
Com isso, mesmo apresentando menor área e produção, a safra teve ao final fa-
turamento superior ao obtido pelos produtores na colheita anterior. Alcançou R$
5,23 bilhões, ante R$ 4,976 bilhões recebidos um ano antes nos três estados do Sul
(Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), onde 144.320 famílias se dedicaram
à cultura na temporada. Cada família produtora chegou a receber R$ 36.241,00 em
média, contra R$ 32.373,00 no período antecedente. A renda
per capita
registrou in-
cremento de R$ 19.132,00 para R$ 23.454,00.
n
n
Apesar da quebra na produção, a boa
valorização do tabaco animou
os produtores, que plantarammais
Tempoé
dinheiro
Inor Ag. Assmann
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