Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018 - page 71

O bom desempenho nos mercados in-
terno e externo ao longo de 2017 é come-
morado pela cadeia produtiva de man-
gas no Brasil. Internamente, o volume
comercializado da fruta cresce todos os
anos, enquanto os embarques somam
recorde de exportação, tanto em volume
quanto em receita. Para 2018, a projeção
é de novo aumento da produção, devi-
do ao ânimo dos produtores com os re-
sultados obtidos nas recentes safras. No
Vale do São Francisco, somente em 2017,
houve crescimento de 5,5% na área culti-
vada, segundo balanço do Centro de Es-
tudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à Uni-
versidade de São Paulo (USP).
O pesquisador João Ricardo Ferreira de
Lima, da Embrapa Semiárido, explica que
oficialmente os últimos dados consolida-
dos são de 2016. Naquele ano, de acor-
do com números do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a área
colhida no Brasil foi de 61.842 hectares,
com produção de 1 milhão de toneladas.
A produtividade chegou a 16,2 toneladas
por hectare, com valor da produção esti-
mado em R$ 788,351 milhões. Na compa-
ração com a etapa anterior, houve ligei-
ra queda na área colhida (em 2015, foram
64.263 hectares), mas houve aumento na
quantidade produzida, pois a colheita foi
de 976.012 toneladas em 2015.
Embora seja produzida em todo o ter-
ritório nacional, amanga concentra-se em
especial no Nordeste. O maior produtor é
a Bahia, com 21.370 hectares de área co-
lhida da fruta e volume de 353.689 tone-
ladas. Em 2016, segundo o IBGE, o valor
da produção da manga baiana atingiu R$
233,159 milhões. Na segunda colocação
aparece Pernambuco, com 230.381 tone-
ladas. Embora o País seja autossuficien-
te no cultivo, Lima reforça que a principal
dificuldade enfrentada pelos produtores
do Vale do São Francisco é a comercializa-
ção da fruta nomomento de definição dos
preços a serem recebidos.
“São muitos produtores, pouco orga-
nizados, e pequena quantidade de com-
pradores. Outro problema que preocu-
pa a região está relacionado com a crise
hídrica. Devido à redução do volume de
água no Lago de Sobradinho durante o
ano, está sendo necessário realizar racio-
namento e, caso isso se agrave, a redu-
ção da água pode afetar a produtivida-
de das mangueiras”, explica. Em relação
ao mercado, Lima acredita que ele será
bastante favorável em 2018. “A melhora
dos indicadores da economia brasileira é
importante para bons resultados no mer-
cado interno, e a tendência para o mer-
cado internacional é avançar nas expor-
tações”, projeta.
MANGA
M a n g o
l
A MAIS FAMOSA
Amanga continua sendoa frutaqueoBrasilmais exporta. Em2017, houve recorde
nos embarques, tantoemvolume, comcercade179mil toneladas, quantoemreceita,
de mais de US$ 205 milhões. No comparativo com 2016, o crescimento foi de 16,46%
empesoede 13,99%emvalor. Osmaiores compradores da frutanacional sãoaUnião
Europeia (132.820 toneladas, com receita de US$ 157,2 milhões) e os Estados Unidos
(33.095 toneladas e receita de US$ 30,6 milhões). Um dos fatores que possivelmente
contribui com esse cenário e diferencia o Brasil de outras nações produtoras é o fato
deoPaís conseguir produzir oano inteiro. Paraopesquisador JoãoRicardoFerreirade
Lima, da Embrapa Semiárido, basta que os produtores semobilizempara elevar ain-
damais a qualidade da fruta produzida emsolo nacional.
Bahia se destaca
na produção
de manga,
com 353.689
toneladas
colhidas
Sílvio Ávila
69
1...,61,62,63,64,65,66,67,68,69,70 72,73,74,75,76,77,78,79,80,81,...92
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