Anuário Brasileiro da Fruticultura 2018 - page 67

Crises hídricas nos últimos anos têm
afetado a cultura do mamão no Brasil, se-
gundomaior produtor mundial, após a Ín-
dia, com redução nas áreas colhidas, que
se concentram nos estados da Bahia, do
Espírito Santo, do Ceará, do Rio Grande
do Norte e de Minas Gerais. Em 2017, o re-
gime de chuvas foi mais regular, mas ain-
da seguiu abaixo da média, não reverten-
do os efeitos hídricos. Ao mesmo tempo,
onde houve mais chuvas ocorreram pro-
blemas sanitários, afetando a produção,
enquanto a rentabilidade, ao contrário de
2016, apresentou problemas.
Tudo isso levou a desestimular o culti-
vo para 2018. Pelas previsões feitas no fi-
nal de 2017 pelo Centro de Estudos Avan-
çados em Economia Aplicada (Cepea),
da Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq), na Universidade de São
Paulo (Esalq), a diminuição de área deve
atingir próximo a 10% na média das prin-
cipais regiões produtoras. O índice seria
maior no Norte do Espírito Santo (15%) e
no Rio Grande do Norte (14%), enquanto
atingiria 11% no Sul da Bahia. Para o Nor-
te de Minas Gerais era prevista estabilida-
de, enquanto para o Oeste da Bahia, com
melhores resultados em 2017, até se pro-
jetava algum incremento.
De maneira geral, além das ques-
tões climáticas e sanitárias enfrentadas,
os preços obtidos pelos produtores ti-
veram queda no decorrer de 2017. Para
o tipo Formosa, o índice atingiu mais de
55%, e no Havaí chegou a ultrapassar a
70%, na comparação com o período ante-
rior, de acordo com levantamentos e cál-
culos feitos pela área de Hortifruti do Ce-
pea. A analista Marcela Guastalli Barbieri
verificou mercado doméstico mais lento
em 2017, enquanto os envios ao exterior
tiveram algum aumento, com destaque
para Espírito Santo, Rio Grande do Norte
e Bahia e o uso da via área. Porém, os pre-
ços externos também caíram.
MAMÃO
P a p a y a
l
MAIOR EXPORTAÇÃO EM 2017
Os dados de exportação indicam que houve incremento de 3,1% no volume
de mamão vendido para fora do País em 2017, na relação com o ano anterior, mas
não atingindo o recorde de 2015 (de 39,8 milhões de quilos). A União Europeia é a
grande compradora da fruta brasileira, tendo havido aumento nas aquisições de
Portugal e Espanha, primeiro e terceiromaiores importadores em2017, ficando os
Países Baixos no segundo lugar. Já a receita obtida decresceu 4%, compossível in-
fluência do padrão mais limitado da fruta no ano, pela avaliação do Cepea. As ex-
pectativas iniciais, que o centro captou sobre o comércio exterior em 2018, eram
de que os volumes exportados deverão ter alguma redução.
Maiores regiões
produtoras
ficam nos
estados da
Bahia e do
Espírito Santo
Sílvio Ávila
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