Que a banana é uma das frutas pre-
feridas dos brasileiros, disso não restam
dúvidas. Tanto sucesso explica os núme-
ros do consumo nacional. Hoje, mais de
98% da colheita abastece o mercado in-
terno. De acordo com os últimos dados
consolidados da Produção Agrícola Mu-
nicipal (PAM) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), somente
em 2016 foram produzidas 6.764.324 de
toneladas da fruta, em área de 469.711
hectares. Apesar da queda produtiva nos
últimos anos devido a problemas de cul-
tivo, que afastaram produtores, sobretu-
do os menos tecnificados, a produtivida-
de mantém-se estável.
A pesquisadora Áurea Fabiana Apoli-
nário de Albuquerque Gerum, da Embra-
pa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das
Almas (BA), explica que o manejo bem re-
alizado por parte dos agricultores melhor
tecnificados viabiliza rendimentos satis-
fatórios. Na etapa de 2016, a média no
País foi de 14.686 quilos por hectare, su-
perando as duas safras anteriores. Atual-
mente, entre os principais estados produ-
tores de banana constam São Paulo, com
1.089.820 de toneladas registradas no úl-
timo levantamento; Bahia, com 1.084.548
de toneladas, e Minas Gerais, com773.197
de toneladas. Fecham a lista dos cinco
grandes produtores Santa Catarina e Pará.
Conforme Áurea, a bananicultura, den-
tre todas as fruteiras tropicais, é uma das
mais rentáveis no campo. “Para se man-
ter competitivo, o ideal é que o produ-
tor utilize variedades resistentes às prin-
cipais pragas existentes e adote sistemas
de produção preconizados pelas institui-
ções de pesquisa (e extensão) agropecuá-
ria, além de se fortalecer através de asso-
ciações e cooperativas de produtores de
banana”, indica. Hoje, a variedade Prata é
bastante produzida no Nordeste, seguido
por Sudeste e Sul. Já a banana Terra, ou
Comprida, existe sobretudo no Norte e no
Nordeste, enquanto as do tipo Cavendish
aparecem no Sul e no Sudeste.
Com a popularidade da fruta em todo
o território nacional, as exportações para
outros países ainda são tímidas. Em 2017,
segundo balanço da Secretaria de Comér-
cio Exterior (Secex), do Ministério da In-
dústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC), foram embarcados 41.396.633
quilos, com valor estimado de US$
11.635.309,00. Os números são ainda in-
feriores aos de 2016, quando foram ex-
portados 64.361.054 quilos (-35,68%),
com renda de US$ 21.036.386 (-44,69%).
Essas exportações, segundo a pesquisa-
dora, advêm dos polos mais tecnifica-
dos, e o destino principal é o Mercosul.
“Em alguns desses polos há experiências
com beneficiamento da fruta, voltado aos
mercados consumidores externos mais
exigentes”, completa.
BANANA
B a n a n a
l
PESQUISA EM ALERTA
OMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) constituiu em2017
grupo de trabalho para elaborar um alerta fitossanitário e o plano de contingência
para a raça 4 Tropical (R4T) de
Fusarium oxysporum
f. sp. cubense (Foc). Esse fungo
ocasiona a doença conhecida como mal-do-Panamá, uma das mais destrutivas da
culturadabananeira. Antes restrita aoSul daÁsia, onde sua rápida e agressivadisse-
minação tem provocado severas perdas em países produtores, a raça 4 tropical, ou
R4T, foi detectada no fimde 2013 emplantações da África.
Os pesquisadores Fernando Haddad e Miguel Dita, da Embrapa Mandioca e Fru-
ticultura, de Cruz das Almas (BA), trabalham na elaboração do alerta. Segundo os
especialistas, a chegada do fungo às Américas é questão de tempo. Existem hoje
pelo menos 50 variedades suscetíveis ao R4T, o que converte esse patógeno em sé-
ria ameaça para a bananicultura mundial. No Brasil, o fungo pode causar sérios im-
pactos à produção, uma vez que praticamente todos os materiais plantados comer-
cialmente são suscetíveis à Raça 4 Tropical.
Dentre as
frutas tropicais,
a banana é
uma das mais
rentáveis
no campo
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AMARELOU
•
TURNING YELLOW
Produçãobrasileirade bananas
Ano
Área
Produção
Rendimento
(hectares)
(toneladas) (quilos por hectare)
2014
478.765
6.953.747
14.524
2015
475.976
6.844.491
14.380
2016
469.711
6.764.324
14.686
Fonte: PAM/Sidra IBGE.