Anuário Brasileiro da Cana-de-açúcar 2016 - page 39

Sobre a mesa
Produção de açúcar volta a crescer no líder Brasil após sensível redução
da oferta mundial e acentuada melhoria dos preços pagos pelo alimento
O quadro produtivo do açúcar brasileiro
fica bem adocicado na safra 2016/17. Omaior
produtor e exportador mundial de alimento,
obtido no País a partir da cana-de-açúcar, vol-
ta a ampliar a oferta, após seguidos decrésci-
mos. Estas são as projeções feitas para o novo
ciclo, eque já se confirmamemseus primeiros
trêsmeses, desde abril. O fato se dá emfunção
de nova realidade de mercado, já manifestada
no final de 2015, a partir do registro de redu-
ção na disponibilidade global do produto e da
consequente melhoria de preços.
O crescimento da produção brasileira
pode passar de 10%. Pela projeção da Com-
panhia Nacional de Abastecimento (Conab),
feita em abril de 2016, o acréscimo possí-
vel é de 12%. Desta forma, o volume passa-
ria de 37,5 milhões de toneladas e voltaria a
se aproximar dos patamares atingidos entre
a temporada 2010/11 e a etapa 2013/14, na
faixa das 38 milhões de toneladas. O princi-
pal fator motivador é o preço, que nas usinas
em São Paulo, em junho de 2016, era de R$
83,94 pela saca, diferença de 71% na compa-
ração com este mês no ano anterior.
Em final de junho de 2016, decorridos três
meses da nova safra, a principal região produ-
tora doPaís, aCentro-Sul, registrava incremen-
to de 19,91% na oferta de açúcar pelas usinas.
Conforme a União da Indústria de Cana-de-
-açúcar (Unica), o aumento decorria do cres-
cimento da moagem (9,61%) e na produção
por tonelada de cana (9,39%). A entidade, da
mesma forma, em estimativas feitas em abril,
projetava maior volume do produto neste ci-
clo (entre 7,3% a 12,1%) e o confirmava em
junho, embora observasse talvez não ser pos-
sível atingir o limite superior projetado, emvir-
tude de pequena queda produtiva na cana.
Ainda pelas estimativas da Conab, em
abril de 2016, os estados de Alagoas e Per-
nambuco, no Nordeste; São Paulo e Minas
Gerais, no Sudeste; e Paraná, no Sul, desti-
nariam maior parte da cana da nova safra
para açúcar. “Os nordestinos o farão por
conta de um procedimento tradicional, en-
quanto os demais são fortemente influen-
ciados pelas cotações internacionais do
açúcar e também por privilegiada situação
logística”, observa a companhia. Na tempo-
rada 2015/16, São Paulo teve 63,6% da pro-
dução, seguido por Minas (9,7%), Paraná
(8,1%), Goiás (5,7%), Mato Grosso do Sul
(4%), Alagoas (3,6%) e Pernambuco (2,5%).
Em relação aos próximos anos, o Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento (Mapa) traça perspectivas otimis-
tas para o açúcar no País. Em "Projeções do
Agronegócio – Brasil 2015/16-2025/26", o
órgão governamental estima que a produ-
ção do alimento possa crescer 49,6% no
período, ou seja, 3,5% ao ano, com o que,
dentro de 10 anos, chegaria a 50 milhões
de toneladas. O consumo interno cresceria
menos (23,9%) e a exportação do produto
teria acréscimo na ordem de 37,6%.
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