Setor produtivo almeja novos mercados na Coreia do Sul

Liderados pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, empresários e representantes do setor primário brasileiro deram início esta semana à agenda de reuniões na tentativa de galgar novos mercados para a produção agropecuária brasileira na Ásia. A programação começou na terça-feira pela Coréia do Sul, onde o ministro pontuou que o objetivo principal da missão é estimular a industria a se aventurar mundo afora. “A grande maioria aqui já faz isso, mas precisamos trazer mais gente, estimular o brasileiro a viver no mundo moderno e não esperar muito dos governos.”.

Um dos estreantes a se lançar nesse novo mercado é o setor lácteo gaúcho, que está representado na comitiva pelo secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. “Estamos debutando no mercado asiático, um continente que importa US$ 600 milhões em lácteos, o que representa US$ 20 per capita. O Brasil tem participação com apenas 0,17%. Há um grande mercado a ser atingido e estamos trabalhando na busca de novas tecnologias para elevar ainda mais a qualidade de nossos produtos. Sabemos que, sem isso, ficamos limitados no acesso desses novos mercados”, salientou Palharini.

A pretensão do Brasil é ampliar as exportações do agronegócio como uma estratégia para enfrentamento da crise e elevar a participação do País nas importações da Coreia do Sul (hoje em US$ 1,2 trilhão) de 6,9% para 10%. Nessa quarta e quinta-feira, a missão governamental brasileira esteve em Hong Kong. Segundo o ministro brasileiro, hoje diversos setores do agronegócio vêm investindo pesado para aprimorar sistemas de qualidade para que os produtos cheguem às gôndolas dos supermercados com o máximo de segurança possível. “Temos que confiar na responsabilidade do empresário brasileiro que, em parceria com o Mapa e os produtores, irá muito firme para o mercado internacional”, disse Maggi.

A Coréia do Sul é um dos sete países que pertence ao clube dos 50-20, ou seja, grupo de nações que tem mais de 50 milhões de habitantes e 20 mil dólares de renda per capita. O país tem atualmente 50 milhões de habitantes e U$$ 30 mil de renda per capita. Isso representa um PIB de US$ 3,5 trilhão, o que coloca a Coreia como a 11ª potência do mundo. O país vive um momento de retomada depois de 20 meses de queda nas exportações. O consenso entre os empresários que participam da comitiva é que  existe um mercado com potencial enorme, mas que adota duras estratégias de proteção nos segmentos onde existe produção interna.

Um exemplo disso vem sendo evidenciado com as carnes. Enquanto a carne suína tramita na sexta etapa de oito para abertura de mercado, o processo para carne bovina segue na fila, confirmando que, em se tratando de Coreia do Sul, as negociações ocorrem para um segmento de cada vez. No entanto, há interesse da Coreia do Sul de estabelecer um acordo de livre comércio com o Mercosul. A negociação entre os governo brasileiro e sul-coreano deve atentar para as barreiras não-tarifárias (sanitárias, técnicas e burocráticas), que devem ser tratadas antes de qualquer acerto formal. O temor é que a abertura do mercado nacional não tenha a contrapartida esperada frente ao histórico de rigor para as liberação do país asiático.

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