Preços do leite avançam com menor produção e custos altos

O leite captado em fevereiro e pago aos produtores em março chegou a R$ 2,2104/litro na “Média Brasil” líquida, elevação de 1,7% em relação ao mês anterior e aumento de 2,5% frente ao mesmo período do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA de março/22), conforme divulga o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em seu Boletim do Leite referente ao mês de abril/22. Assim, o leite no campo acumula valorização de 1% desde janeiro. Pesquisas em andamento do Cepea apontam intensificação do movimento altista da “Média Brasil” para o próximo mês. Assim, o preço do leite captado em março e pago em abril pode subir cerca de 10%.

Também os preços dos derivados lácteos seguiram em alta no mês de março, segundo pesquisas do Cepea realizadas com apoio da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). De acordo com colaboradores do Cepea, a valorização dos lácteos está atrelada ao encarecimento do leite cru, uma vez que a sua produção vem sendo negativamente afetada pelo período de entressafra, e pelo aumento dos custos de produção, sobretudo os associados à alimentação animal.

O COE (Custo Operacional Efetivo) da pecuária leiteira registrou avanço de 1,64% na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) em março, porcentagem mais expressiva que a observada no mês anterior (0,76%), mas inferior à do mesmo mês do ano passado (1,99%). No primeiro trimestre de 2022, o COE da produção leiteira acumulou alta de 4,07% – no mesmo período de 2021, o avanço foi de fortes 7,32%. No acumulado dos últimos 12 meses, o COE subiu 13,99%.

No comércio externo do setor, o boletim do Cepea informa que, depois de meses em alta, o volume de derivados lácteos exportado pelo Brasil em março somou cerca de 2,6 mil toneladas, queda de 42,6% frente ao de fevereiro. Já na comparação com março do ano passado, a quantidade embarcada cresceu 24,3%.