Força global
Safra total do grão 2017/18 aumentou quase 10% sobre período anterior
O fenômeno acontece tanto na produção quanto no consumo. A oferta e a demanda da soja aumentam a cada ano no mundo e não dão sinais de refrear. A estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a temporada 2017/18, em setembro de 2018, era de que a safra mundial atingiria 336,8 milhões de toneladas, 32,5 milhões (ou 9,6%) a mais do que no ciclo anterior. O uso total do grão também aumentou, embora menos (2,4%), e ficou mais equilibrado em relação à produção, diminuindo um pouco os estoques (2%).
Na linha de frente entre os produtores, segundo a referida fonte, Estados Unidos e Brasil atingiram quase o mesmo volume produzido, na faixa de 119 milhões de toneladas, enquanto os brasileiros mantiveram a dianteira mundial na exportação. O terceiro país de destaque na cultura, também da região das Américas, a Argentina, sofreu redução produtiva com problemas climáticos. Já o maior consumidor e importador do grão, a China, aumentou a demanda do produto, que atingiu 106 milhões de toneladas, e inclusive a produção própria, elevada a 13,4% desse total.
Para a safra 2018/19, os números da oleaginosa continuam subindo, onde se salienta a projeção de novos bons resultados norte-americano e brasileiro, além da recuperação argentina. A produção dos Estados Unidos inclusive foi reajustada tanto em agosto quanto em setembro de 2018, quando alcançava 127,7 milhões de toneladas, enquanto a do Brasil era prevista em 120,5 milhões de toneladas e da Argentina, em 57 milhões de toneladas. Com isso, embora o consumo também cresceria, o total da oferta seria maior e ampliaria os estoques finais (em 14,3%, para 108 milhões de toneladas), podendo interferir no mercado.
De outro lado, o comércio do grão, que já cresceu no período 2017/18, voltaria a se ampliar, com Brasil e EUA liderando as vendas e a China as compras, embora o órgão norte-americano tenha reduzido em setembro o volume de importação previsto para os chineses (menos 1 milhão de t), levando em consideração questões de demanda e também a disputa comercial travada entre os dois países. “O governo da China está procurando maneiras de mitigar os efeitos do atrito comercial com os Estados Unidos, preparando-se para reduzir as importações de soja”, registrou. Mas observou que “o crescimento sustentado da China no consumo total de oleaginosas continua ininterrupto, impulsionado pela expansão da indústria pecuária”.