Amarras a soltar
Logística, custos e carga tributária muito alta emperram a exportação
Para se tornar um player mundial com estabilidade de vendas, o Brasil precisa evoluir em alguns pontos cruciais, que estão muito além dos preços e dos custos internos. São avanços em logística, em especial no Porto de Rio Grande, mas também redução de custos e carga tributária. Outro ponto em que o Brasil precisa avançar são acordos bilaterais de comércio e fitossanitários, área em que os países do Mercosul são ágeis e eficientes.
Entre os países prioritários para o arroz brasileiro estão a China, maior produtor e importador mundial; o México, grande importador das Américas, mas sob influência econômica e política dos Estados Unidos; Colômbia e Panamá. Também há avanços previstos para o arroz beneficiado no Oriente Médio, em Angola, na África do Sul, em Benin, na Nigéria e no Senegal. E parboilizado para Arábia Saudita e países de sua influência.
Pércio Grecco, CEO da Rice Brasil Ltda., considera decisivo que sejam reduzidas algumas burocracias, custos e taxas sobre a exportação, que encarecem e dificultam os processos. Para ele, é importante que se crie espaço para armazenamento e carregamento eficiente do grão no porto para evitar improvisações e tornar mais eficientes as operações.
O diretor técnico da Companhia Riograndense de Silos e Armazéns (Cesa), Lúcio do Prado, destaca que o terminal de Rio Grande armazena 60 mil toneladas de arroz quebrado e dá suporte aos embarques, agora com melhorias como um tombador, que torna rápida a descarga dos caminhões. Anunciou a licitação para a compra de um sistema transportador capaz de carregar navios de forma ágil e segura, de que o terminal ainda não dispõe.
Mas reconhece que não ficará pronto em 2018 e que há problemas com o calado do canal, que permite carregar 12 mil toneladas (menos da metade do navio). A Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) pretende instalar um silo-pulmão atrás do terminal, em área permutada com a Brigada Militar, por parceria público-privada.