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outubro 7, 2025A adoção de drones agrícolas tem transformado a forma como o agronegócio brasileiro gerencia recursos naturais e busca maior sustentabilidade produtiva. Mais do que ferramentas de pulverização, as aeronaves não tripuladas se tornaram aliadas na economia de água, no uso racional de defensivos e na preservação do solo, pilares fundamentais de uma agricultura de baixo impacto ambiental.
Estudos recentes da Embrapa indicam que práticas de agricultura de precisão, como o uso de drones, podem reduzir em até 15% o impacto ambiental associado à aplicação de insumos, fertilizantes e defensivos. Essa redução se deve à capacidade da tecnologia de calibrar o tamanho das gotas e a concentração das caldas, garantindo que o produto atinja o alvo com eficiência e sem desperdício.
No campo, isso representa um avanço concreto para a gestão hídrica. Enquanto pulverizações convencionais podem consumir centenas de litros de água por hectare, os drones operam com volumes muito menores, utilizando taxas de aplicação de 10 a 20 litros de calda por hectare. Essa economia é essencial em um país que, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), já enfrenta cenários críticos de estiagem em mais de 40% do território agrícola.
“Quando falamos em drones, falamos em sustentabilidade na prática. A utilização de Ultra Baixo Volume (UBV), já são viáveis em muitas operações com aeronaves remotamente pilotadas trazendo efetividade em resultados com taxas de aplicação de 5 a 8 litros por hectare de calda. É uma tecnologia que permite fazer mais com menos: menos água e menos impacto no solo. E isso se traduz em produtividade e longevidade para o produtor”, afirma Victor Gomes Silva, engenheiro agrônomo da Fotus Agro.
A aplicação aérea também elimina o tráfego de máquinas pesadas dentro das lavouras, reduzindo a compactação do solo e melhorando a penetração da água em diferentes camadas do solo. Essa preservação da estrutura do terreno é fundamental para culturas perenes como café, citrus e até cana-de-açúcar que é semiperene, nas quais a saúde radicular tem impacto direto na longevidade e na produtividade das plantas.
Outro ponto de destaque é a precisão na aplicação. Com auxílio de sensores e sistemas de navegação RTK, os drones da EAvision podem operar com margem de erro inferior a dez centímetros, assegurando cobertura uniforme e evitando sobreposição ou falhas. Isso contribui para o uso racional de defensivos e para o equilíbrio ecológico, reduzindo riscos de contaminação do solo e da água.
O uso de drones também torna possível aplicar defensivos em estágios mais avançados da lavoura, quando tratores ou aviões não conseguem acessar o terreno sem causar danos. Essa flexibilidade aumenta a eficácia no combate a pragas e doenças, sobretudo em momentos de estiagem ou alta umidade, quando o tempo de resposta é decisivo.
Além dos ganhos diretos na operação, a tecnologia reforça o papel do agronegócio brasileiro na agenda global de sustentabilidade. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o uso racional de insumos e água está entre as práticas mais efetivas para mitigar emissões e adaptar a agricultura a cenários de extremos climáticos.
Para Rodolfo Stanke, Head da Fotus Agro, o Brasil reúne condições únicas para liderar esse movimento. “Temos diversidade de culturas, extensão territorial e produtores abertos à inovação. O que a Fotus faz é conectar essa vocação à tecnologia, ajudando o agricultor a produzir com eficiência e respeito ao meio ambiente”, afirma.
O executivo ressalta ainda que a inovação precisa vir acompanhada de capacitação. “Não basta entregar o drone. É preciso garantir que o operador saiba usar cada recurso em favor da sustentabilidade. Por isso, investimos fortemente em treinamento e acompanhamento técnico pós-venda”, complementa Stanke.
Ao combinar produtividade, conservação e tecnologia, os drones agrícolas se consolidam como uma das principais apostas para o futuro do campo brasileiro. Em um cenário global que exige eficiência e responsabilidade ambiental, o avanço da agricultura de precisão mostra que inovação e sustentabilidade podem, sim, caminhar lado a lado.