Anuário Brasileiro da Cana-de-açúcar 2016 - page 27

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Há cenário para margens positivas, após um período
crítico. É o que concluem estudos feitos sobre rentabili-
dade no setor sucroenergético pelo Programa de Edu-
cação Continuada em Economia e Gestão de Empresas
(Pecege), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Quei-
roz (Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP),
junto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA). As usinas sofrem com endividamento, mas
o presente ciclo produtivo dá sinais de melhora.
Indicadores técnicos e econômicos levantados e ana-
lisados em nove safras, desde o ciclo 2007/08 até a etapa
2015/16, na Região Centro-Sul, que responde por mais
de 90% da produção do setor no País, revelam uma ren-
tabilidade negativa para as agroindústrias na maioria das
temporadas deste período. Apenas foi positiva na safra
2010/11 e na fase 2011/12. O problema levou ao fecha-
mento de 67 empresas nessa área produtora.
No período em foco, foi registrada redução média de
1,42%na produtividade agrícola, “devido à convergência de
adversidades climáticas, compactação do solo e baixa taxa
de renovação do canavial”. O Açúcar Total Renovável (ATR)
acumulou redução média de 1,21% ao ano, redução quali-
tativa que deteriorou a rentabilidade do produtor de cana
e, na agroindústria, junto com a queda da produtividade,
pressionou os custos de produção, segundo as análises.
Os custos de processamento industrial, conforme
apurado em São Paulo e no Paraná, tiveram elevação
média anual de 3,28% no período analisado, com peso
maior da matéria-prima. Já os preços recebidos pelos
produtos industriais (açúcar e etanol), de acordo com a
pesquisa do Pecege, não evoluíram na mesma propor-
ção, o que pressionou a margem econômica das usinas
e dos fornecedores de cana. O açúcar branco registrou
margens negativas em quatro safras e o etanol em qua-
se todas, exceto no ciclo 2010/11. Tudo contribuiu para
comprometer a expansão e investimentos.
Já para a temporada 2016/17, na avaliação do estudo, há
perspectiva de mudança do quadro, com recuperação de
preços, emespecial do açúcar, alémdemelhoria da qualida-
de da matéria-prima. Ainda persiste a preocupação com en-
dividamento das usinas, problemas econômicos nacionais e
crescimento de custos, superiores aos das últimas três tem-
poradas. Porém, “a elevação dos preços gera uma projeção
otimista para a safra, que se oferece como oportunidade
para recuperar e gerar caixa no setor, com possibilidade de
melhorar a eficiência produtiva e reduzir custos”.
Enfim, um alento
Depois de várias safras com rentabilidade negativa na área sucroenergética,
a expectativa é de reversão do quadro na temporada atual
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