Trigo sem aristas da Biotrigo
O setor da pecuária é principalmente dependente da disponibilidade de alimentos para os animais em produção, seja leite ou carne. Dentre as estações do ano, o verão é o período em que se faz maior volume de alimento conservado, especialmente a silagem de milho. Outra estação, não menos importante, é o inverno, onde algumas culturas servem como opção para produção de pré-secado, feno e silagem. No entanto, o inverno traz muitas preocupações para o setor agropecuário, principalmente quando o frio chega intenso, com muita umidade e com fortes geadas, prejudicando o desenvolvimento das pastagens e a produção de alimentos conservados.
Atenta aos anseios do setor da pecuária, a Biotrigo pesquisou e desenvolveu um projeto para alimentação animal. São novos conceitos de fornecimento de alimentos para o gado, onde o trigo surge como uma nova ferramenta para os pecuaristas. A ideia é produzir grande parte do volume de alimento conservado no inverno com excelente qualidade nutricional e com menor custo.
Essas opções de alimentação com a cultura do trigo para o gado serão apresentadas ao mercado pecuário no Expodireto Cotrijal, que acontece em Não-Me-Toque (RS), de 6 a 10 de março. As cultivares estarão expostas em parcelas para os produtores no estande da Biotrigo Genética. Umas das novidades é uma linhagem posicionada exclusivamente para pastagem, visando atender a demanda dos criadores de gado leiteiro e de corte de uma forma inovadora.
Ederson Luis Henz, zootecnista da Biotrigo e mestre em Ciência Animal, ressalta que a capacidade de rebrota da cultivar proporciona novos pastejos em poucos dias, com intervalo entre 20 a 25 dias. “Essa linhagem, com bom manejo pós-pastejo, é capaz de superar quatro cortes com alta carga animal em sistemas de pastejo rotacionado ou contínuo”, comenta. Com o seu crescimento prostrado, a linhagem tem potencial de chegar a uma taxa de acúmulo diário de até 100 quilos de matéria seca por hectare. Segundo Henz, a pastagem é fonte de energia principalmente na forma de carboidratos. Esse trigo, exclusivo para pastejo, chegará ao mercado em 2018, juntamente com seu posicionamento para cada região.
A cultivar TBIO Energia I, um dos lançamentos deste ano, é um trigo sem presença de aristas e destinado somente para produção de silagem e pré-secado. “Ao contrário do trigo para pastagem, o TBIO Energia I é uma planta de um corte só, ou seja, não é um trigo duplo-propósito (sem rebrota).” De acordo com o zootecnista, a silagem do TBIO Energia I pode substituir até 100% do volumoso para gado de corte, confinado, novilhas e vacas em pré-parto. Para vacas leiteiras de alta produção, até 60% do volumoso. Para o pré-secado, é uma excelente opção de alimento para vacas lactantes de alta produtividade e gado de corte, contribuindo como ótima fonte de proteína e energia, associado a alta digestibilidade, sendo convertido em leite e ou carne.
O TBIO Energia I vem ao encontro das necessidades dos pecuaristas. “O produtor produz o pré-secado entre 80 e 90 dias e a silagem entre 110 a 120 dias pós semeado no período do inverno, liberando áreas mais cedo para as culturas de verão. Ou seja, é uma cultivar que favorece o planejamento de disponibilidade de alimento durante o ano”, ressalta Henz.
Aproveitamento na lavoura de inverno
O gerente comercial da Biotrigo Genética, Lorenzo Mattioni Viecili, destaca a importância da integração lavoura-pecuária e da escolha da tecnologia mais rentável para o cultivo da pastagem e de outras formas de alimentação do gado para todas as estações do ano. “Nosso objetivo é difundir tecnologias e ajudar o produtor com informações para que alcance maior produtividade, além de diluir seu custo de produção, otimizando a utilização da propriedade. A integração lavoura-pecuária gera maior aproveitamento na área de inverno, na engorda de boi e produção de leite. O sucesso da propriedade, tanto lavoura de inverno como na produção agropecuária, depende muito do planejamento”, destaca.
Produtividade e manejo facilitado
Quem relata as vantagens da cultivar de trigo para silagem e pré-secado é o produtor Antônio Carlos Bordignon. Na propriedade localizada em Sertão/RS, 100% da lavoura dos cereais de inverno para silagem e pré-secado em 2017 será de TBIO Energia I. A produtividade alcançada no ano passado superou as expectativas e o fez a tomar a decisão de trocar a aveia branca pela cultivar de trigo. Foram 30 toneladas de matéria verde de TBIO Energia I produzidas por hectare, enquanto a aveia chegava no máximo a 25 toneladas, e com baixa qualidade.
O manejo da lavoura com TBIO Energia I foi mais fácil. “Uma das particularidades, incomparáveis com qualquer outra cultura de inverno, é a sanidade foliar e a facilidade de colher em pé”, avalia Bordignon. A silagem foi muito bem recebida pelos animais, que aceitaram o alimento e ainda aumentaram a ingestão. A dieta na propriedade era de silagem de milho, mais silagem de aveia, mais concentrado, onde a aveia foi substituída pelo TBIO Energia I. Carlos comenta que a mudança não baixou a produção de leite durante a primeira semana e aumentou 1.3 litro de leite vaca/dia a partir do sétimo dia. Outra vantagem apontada pelo filho dele, Rodolfo Bordignon, foi a capacidade aeróbica, ou seja, a fermentação ou a capacidade de esquentar a silagem quando está no ambiente. “Ela não esquenta. Fica sempre geladinha e isso proporciona ao animal uma maior ingestão, o que é revertido em leite”.
Biotrigo na Expodireto
No estande da Biotrigo Genética, localizado na área de produção vegetal (Avenida B), do Parque de Exposições, o visitante tem acesso às parcelas diferentes cultivares de trigo, com indicações para as diferentes regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além das duas novidades para a agropecuária, a Biotrigo apresentará também diversas cultivares para a triticultura, como o TBIO Toruk, campeão de produtividade no PR em 2017 e os dois lançamentos, filhos de Toruk.
Sobre a Biotrigo Genética
Fundada em 2008, a Biotrigo traz na bagagem um programa de melhoramento genético com mais de duas décadas e vêm incorporando as mais modernas tecnologias às cultivares Biotrigo (TBIO), com o objetivo de levar qualidade, tecnologia, segurança e maiores rendimentos ao produtor e a toda cadeia. Localizada em Passo Fundo, região Norte do Rio Grande do Sul, e com filial em Campo Mourão, no Paraná, a empresa atende a diversos estados do território brasileiro, além de exportar para países do Mercosul e América do Norte. Atualmente, é detentora de aproximadamente 85% de market share no Rio Grande do Sul, 60% no Paraná e 65% no Brasil.
Portfólio TBIO
Atualmente, no mercado brasileiro, existem mais de 40 cultivares disponíveis para semeadura, sendo que menos de 10 representam 80% da área de cultivo e dessas, mais de 60% fazem parte do portfólio da Biotrigo Genética. São diversas as opções oferecidas pela Biotrigo aos triticultores e ao mercado moageiro, como trigos com aptidão à panificação, melhoradores, massas, biscoitos e trigos branqueadores. As cultivares TBIO oferecem um conjunto de excelentes características agronômicas, especialmente no que se refere ao complexo de doenças do trigo, destacando entre elas a reação às manchas foliares, doenças de espiga e a resistência à germinação na espiga; com ciclos curto, médio e médio tardio; entre outras características.
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