Sojicultores investem no controle biológico de doenças foliares

  • Investimentos em biodefensivos para a sojicultura cresceram 112% nos últimos dois anos
  • Um mercado nacional de R$ 829 milhões — e em acelerado crescimento — de acordo com a Blink Projetos Estratégicos

Antracnose, mancha alvo, mofo-branco e ferrugem asiática. Essas são algumas das principais doenças foliares que mais perdas geram à cultura da soja. Para combater a incidência, os produtores brasileiros fazem diversas aplicações anuais de fungicidas químicos e, a cada ciclo, a resistência dos patógenos demanda o desenvolvimento de novos ativos para controlar esses alvos.

Para alcançar mais eficiência e rentabilidade, de forma sustentável, os produtores têm investido cada vez mais no manejo integrado e em biodefensivos para o controle das doenças na cultura. O desenvolvimento de defensivos biológicos com alta tecnologia de formulação puxou um crescimento de 75% desse mercado no país nos últimos dois anos, saltando de um faturamento de R$ 946 milhões em 2019 para R$ 1,79 bi em 2021, segundo a consultoria Blink. E de acordo com estudo da IHS Markit, a projeção é que em 2030 o setor alcance R$ 16,9 bilhões.

A cultura da soja responde por quase metade do uso de biodefensivos hoje no país. No último ano, os sojicultores brasileiros destinaram R$ 829 milhões ao controle biológico de pragas. Em 2019, o investimento havia sido de R$ 391 milhões, segundo a Blink.

“Além de reduzir as chances do surgimento de resistências às moléculas químicas tradicionais, a adoção do controle biológico agrega outros benefícios ao cultivo, como o aumento da diversidade biológica e equilíbrio do sistema de produção, a otimização nutricional pelas plantas, e assim, um importante incremento em produtividade”, explica a gerente de Desenvolvimento de Mercado da Vittia especialista em produtos biológicos, Cibele Medeiros.

Assim como a adoção dos bioinsumos no campo, também têm evoluído muito rapidamente os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos biológicos. “O resultado é um processo acelerado de inovação tecnológica e lançamentos de novos produtos, cada vez mais completos e com ampla recomendação de uso”, ressalta a gerente da Vittia.

O número de produtos biológicos de controle registrados também avança a passos largos no Brasil. Até março, já contavam com registro ativo 502 produtos biológicos agrícolas. No portfólio de biodefensivos do país estão 433 produtos autorizados. Em 2013, eram apenas 107.

Bio-Imune

Entre os carros-chefes da Vittia está o multissítio biológico Bio-Imune, à base de um microrganismo exclusivo da empresa. Tecnologia 100% brasileira, é o biodefensivo com maior número de alvos comprovados no país para o manejo de doenças que causam manchas e podridões, e com uma das mais amplas ações sobre a cultura da soja, de todos os produtos disponíveis no mercado mundial.

O registro atesta ainda eficácia tanto como fungicida e bactericida, e combate a 14 alvos. Dentre eles, os causadores da antracnose, mancha-alvo, mofo-branco e ferrugem asiática da soja, além de uma extensa lista de outros alvos que causam doenças nesta e em outras culturas. “O Bio-Imune impede a germinação dos fungos e bactérias, os inibe de se alimentar e fornece ainda à planta lipopeptídeos que destroem a parede celular desses patógenos, levando-os à morte. Além disso, fornece outras substâncias que tonificam as plantas e ativam os genes de defesa, tornando-as mais resistentes”, explica Cibele.

Outro benefício proporcionado pelo Bio-Imune é seu amplo espectro de ação contra patógenos distintos, como fungos biotróficos (ferrugens e oídios), hemibiotróficos (Colletotrichum sp.), necrotróficos (Sclerotinia sclerotiorum) e bactérias (Xanthomonas sp. Pseudomonas sp.). “Tendo em vista que esses grupos de patógenos atacam a cultura da soja em diferentes estágios, e muitas vezes simultaneamente, ele é a solução única e indicada para todo o ciclo de desenvolvimento da soja. Mesmo na florada, já que não oferece riscos toxicológicos aos polinizadores”, completa.

Sustentabilidade como foco de desenvolvimento

O viés ambiental é, inclusive, outro ponto forte dos biodefensivos. Sua utilização reduz impactos ao solo, ar e água, e não representa riscos toxicológicos aos trabalhadores rurais ou aos consumidores. Bio-Imune, por exemplo, tem a chancela de carência zero, significando que os alimentos pulverizados com o produto podem ser consumidos com segurança até no mesmo dia da aplicação. Por essa razão, tem crescido adoção também no segmento de Hortifruti, com destaque para a produção de frutas voltadas à exportação, já que os resultados das análises de resíduos atendem mercados globais bastante exigentes.

“Além do ganho ambiental, fica claro o excelente custo-benefício para o produtor. O Bio-Imune representa ganho de qualidade e produtividade da soja, tanto pelo combate às doenças, quanto pelos estímulos fisiológicos e demais benefícios à planta. É valioso aliado para o manejo integrado, que se completa com estratégias como o tratamento de sementes e a escolha de cultivares de boa qualidade, o vazio sanitário e a rotação de culturas, além dos insumos químicos”, conclui a especialista da Vittia.