Papel estratégico na segurança alimentar
Dirigente de entidade da produção de aves, suínos e ovos destaca liderança do Brasil na garantia de produtos de alta qualidade e sustentáveis
“Somos players importantes no mercado internacional, temos responsabilidades e um papel estratégico no apoio da segurança alimentar, não apenas do Brasil, mas também das mais de 150 nações ao redor do mundo que recebem nossos produtos”, afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa produtores de carne de frango e suína, bem como de ovos. Ele salienta os bons resultados que vêm sendo alcançados pelo setor, tanto no atendimento do mercado interno, assim como do externo, onde se destaca como principal exportador avícola e quarto maior suinícola, e confia na manutenção deste papel diante das plenas condições do País para tanto.
Sobre a performance do segmento em 2021 e perspectivas para 2022, com números já projetados em dezembro e divulgados em outra seção da revista, Santin confirma novos recordes. Na carne de frango, tanto a produção quanto as exportações previstas para 2021 e 2022 são recordes históricos, observa. O mesmo ocorre nesses indicadores na carne suína, e ainda no consumo per capita, enquanto em ovos os números históricos estão na produção e consumo per capita. Ele registra impacto de programas públicos no acesso da população às proteínas de aves e suínos e ovos, o que também deve interferir nos níveis de consumo no novo ano, enquanto no mercado internacional vários mercados devem influenciar o desempenho positivo das exportações brasileiras, além do nível qualitativo da produção e do status sanitário brasileiro.
O dirigente da organização do setor faz referência a múltiplas ações e campanhas que são desenvolvidas para “reforçar nosso papel como produtores de alimento que apoiam a segurança alimentar brasileira e global, ofertando produtos de alta qualidade, com excelente status sanitário e sustentáveis”. Entre estas iniciativas, menciona o propósito de “dar mais segurança às operações de exportação, atuando contra golpistas que usam o nome das marcas brasileiras para operações escusas – e nisto temos contado com total apoio da Interpol, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura na pulverização da campanha”.
Por outro lado, Santin aponta para ação que busca “estimular e qualificar o consumo de proteínas, colocando, por exemplo, mais carne de frango e suína nos churrascos, ou receitas diferentes, como estrogonofe de carne suína. Para isso, lançamos campanhas diversificadas, com influencers, focadas em amantes da gastronomia ou mesmo com uma visão mais popular, com o tradicional churrasco”, diz. E, por fim, ressalta que são reforçadas “questões da imagem internacional do setor produtivo brasileiro que precisam de maior valorização, como os nossos diferenciais sustentáveis que permitem produzir com menos emissões que a maioria dos players internacionais”.
AÇÃO FORTALECIDA
Neste sentido, a ABPA tem atuado com empenho constante, junto com outras entidades, que inclusive constituiram em 2021 o ProBrasil, “iniciativa que reúne instituições dos mais diversos segmentos da indústria de proteínas, com o propósito de atuar e defender temas que sejam importantes a todos, para fortalecer as diversas cadeias produtivas integrantes”. Quanto ao papel estratégico no apoio à segurança alimentar nacional e mundial, Ricardo Santin assegura que “deve se ampliar pela própria vocação brasileira em produzir alimentos. Somos uma nação que reúne todas as condições para produzir mais e com maior sustentabilidade. As organizações internacionais, inclusive, indicam o Brasil como o país que mais crescerá neste papel para um mundo cada mais demandante por comida. Na luta conta a fome, temos uma ação estratégica que deve se fortalecer cada mais vez mais com o passar dos anos”, conclui.
(Texto publicado na Revista AgroBrasil – Balanço Brasileiro do Agronegócio 2021/2022, Editora Gazeta)