Mato Grosso lidera também no milho-pipoca

Produção estadual do grão pode chegar a 277,4 mil toneladas em 2020

Líder na produção das principais culturas agrícolas no Brasil, a exemplo do milho, o Estado do Mato Grosso é também o maior produtor de milho-pipoca. Em 2020, plantou área próxima de 62 mil hectares, o que significou uma redução de 4,050 mil hectares em relação ao ano anterior, de acordo com a estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, esse foi o segundo maior plantio dos último cinco anos no Estado.

A produção estadual de pipoca pode chegar a 277,415 mil toneladas em 2020, com queda de 17,515 mil toneladas em relação ao volume do ano anterior. Dos 14 municípios mato-grossenses acompanhados pelo IBGE, o maior produtor é Campo Novo do Parecis, com a área estimada em 28 mil hectares e produção de 126 mil toneladas para 2020. A liderança é seguida pelos plantios de Sapezal, com 12 mil hectares; Campos de Júlio, com sete mil hectares; Brasnorte, com cinco mil hectares; e Diamantino, com quatro mil hectares.

Em geral, a perspectiva de mercado futuro é o que determina a área plantada com a cultura de um ano para o outro no Brasil, observam Israel Alexandre Pereira Filho e Emerson Borghi, pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, no estado de Minas Gerais. Conforme eles, o consumo doméstico foi de 220 mil toneladas e movimentou US$ 628 milhões em 2018. Dados de pesquisa mostram ainda que a região Sudeste é a que mais consome pipoca (56%), seguida das regiões Sul (16%), Nordeste (13%), Centro-Oeste (9%) e Norte (5%).

Os dois pesquisadores comentam que há uma projeção de mais crescimento. A estimativa é de que o consumo dos brasileiros chegue a 385 mil toneladas em 2024, movimentando cerca de US$ 850 milhões. Em 2018, a região Sudeste comercializou 148 mil toneladas; a região Sul 44 mil toneladas e a região Nordeste, 35 mil toneladas. As regiões Centro-Oeste e Norte venderam juntas 38 mil toneladas.

“Informações mais recentes apontam que os locais de cultivo estão concentrados em Mato Grosso e em Goiás, devido à expansão de áreas para produção de sementes”, relatam ambos. Na opinião deles, esses registros de incremento de produção e de área plantada incentivam os produtores para o cultivo dessa espécie de milho e ainda contribuem para a melhoria dos indicadores econômicos dos milhos especiais.

No entanto, de acordo com Pereira Filho e Borghi, a disponibilidade de sementes de cultivares melhoradas de milho pipoca é muito pequena no mercado, quando se compara com o milho commodity. Também não acompanhou a melhoria apresentada na qualidade da pipoca consumida no País. Na atualidade, existe oferta limitada de cultivares de milho pipoca no mercado de sementes: a variedade RS 20, de grãos amarelo-alaranjado; os híbridos IAC 112 (cor dos grãos amarelo), IAC 125 (cor dos grãos laranja), IAC 268 (cor dos grãos amarelo-claro); e o IAC 367 de grãos alaranjados.

Além das cultivares citadas, o Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) evidencia que existem cultivares registradas em nome da Yoki Alimentos S/A e outras em nome da Pipolino Indústria e Comércio Ltda. As cultivares que foram registradas pela Yoki são as P 608, P 618, P 621, P 6025 e AP 4501, que também estão relacionadas pelo Zoneamento Agrícola para plantio no Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

AMERICANA A pipoca Yoki, marca da General Mills, é totalmente comercializada no Brasil. A empresa ainda destaca que utiliza tecnologia única no processo de produção no País, o que garante um diferencial em relação à qualidade do produto. Uma empresa americana parceira realiza a seleção natural dos melhores materiais de pipoca e envia para serem plantados no Brasil. A seleção leva em conta como cada material costuma reagir em cada região. Também mantém parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) para estudo e desenvolvimento das melhores práticas para a produção de milho de pipoca de forma sustentável, reduzindo os impactos ao meio ambiente.

Durante a pandemia do coronavírus, segundo a multinacional, houve acréscimo de vendas em grãos da marca Yoki. Devido às restrições sociais, os consumidores estavam preparando mais refeições, de forma mais cuidadosa em casa, com seus familiares, e gastando mais tempo com entretenimento na residência. Também foi possível perceber aumento na procura de produtos em geral nos canais digitais, como e-commerce, onde busca aumentar a presença das marcas nas plataformas dos principais parceiros do varejo.