Juntos para competir

O Pluricana teve estipulada a duração de dois anos e meio dos trabalhos

O Programa Plurianual Integrado de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Cana-de-açúcar (Pluricana) terá a duração de dois anos e meio, prazo no qual a cooperação interinstitucional deverá fazer a diferença para a produção e a efetivação das tecnologias nas lavouras e nas indústrias. O coordenador da Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócios (APTA), Orlando Castro, destaca a importância da ação coletiva. “Reunir em torno de um projeto diversas instituições de pesquisa, com expertises diferentes, é um exercício positivo, que deve ser ampliado para outras áreas”, acredita.

Na avaliação de Castro, a união dos esforços é mais eficiente pois potencializa os recursos e promove mais resultados aos financiadores e à sociedade. “A integração permite compartilhar a infraestrutura de pesquisa, aproximar conhecimentos e evitar duplicidade de ações. Ttodos ganham”, diz.

O projeto foi escolhido pela Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) como piloto para testar a nova versão de seu sistema de gestão informatizado (Agrega), conta Hugo Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia, de Brasília (DF). “A escolha recaiu sobre a complexidade de gestão da rede e das instituições envolvidas”, destaca. “Este modelo em rede vai ser útil por aliar vários centros de pesquisa. Temos a experiência de trabalhar em rede com 10 universidades, e a interação entre essas instituições públicas gera resultados excelentes”, ressalta Geraldo Veríssimo, coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e diretor da Ridesa.

Conforme o pesquisador Sérgio Delmar, da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), responsável pelo grupo de melhoramento genético, a concretização da ampla parceria – pela formação dos grupos de pesquisa – tem como grande desafio a integração. “A partir daí será possível alcançar a grande meta: um eficiente programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em cana-de-açúcar”, afirma o cientista.

“Com a formação da rede, podemos garantir os projetos por muitos anos, gerando ciência, tecnologia e formação de recursos humanos”, salienta Delmar. Ele entende que a rede terá capacidade de responder de forma mais ágil e eficiente às demandas da cadeia produtiva e oferecer novas tecnologias e soluções ao setor sucroalcooleiro energético. Entre eles está a elevação dos rendimentos, seja na lavoura, seja na indústria, ou ainda do ponto de vista financeiro do produtor.