Sílvio Ávila
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A faixa da segunda posição na produ-
ção da laranja brasileira, após São Paulo,
que lidera com ampla margem (72,6%), é
disputada pelos seus vizinhos Minas Ge-
rais e Paraná, junto com a Bahia, que ocu-
pa este lugar, pelos últimos dados consoli-
dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), de 2014. Já projeções
feitas em julho de 2016 para 2015 e 2016
alteram um pouco a situação, com Minas
na segunda colocação no primeiro ano e
na terceira no ano seguinte. A produção
baiana se integra à lindeira Sergipe, em
polo nordestino, enquanto na outra pon-
ta, na região Sul, ainda ocorre participação
relevante do Rio Grande do Sul (2,2%).
A Bahia passou a apresentar maior ex-
pansão na cultura em 2007, chegando ao
máximo de 1,12 milhão de toneladas no
ano seguinte. Em 2011, 2012 e 2014 man-
teve-se um pouco acima do patamar de 1
milhão de toneladas, enquanto nas estima-
tivas dos dois anos seguintes ficaria abaixo,
com 925 e 985 mil toneladas, na sequên-
cia. Um dos fatores para a queda está na in-
cidência da mosca-negra-dos-citros na área
produtora do Recôncavo, que motivou in-
clusive a implantação de plano de ação de
controle por meio da Agência de Defesa
Agropecuária da Bahia (Adab).
“A citricultura é de extrema importân-
cia para a economia baiana, em especial
pela movimentação de mercado e pela ge-
ração de empregos”, diz Vitor Bonfim, se-
cretário da Agricultura, observando que,
em parceria com a Secretaria de Desen-
volvimento Rural, há empenho em revi-
talizar e restaurar o setor. Nilton Caldas,
técnico da área, da Superintendência Baia-
na de Assistência Técnica e Extensão Ru-
ral (Bahiater), informa que o segmento,
incluindo a laranja e outros citros, envol-
ve cerca de 20 mil citricultores e 100 mil
pessoas de forma direta e in-
di-
reta, além de gerar re-
ceita na ordem de R$
350 milhões.
Ao constatar, em
agosto de 2016, alguns
problemas de floração e
mesmo de mosca negra na maior região
produtora, no Litoral Norte, o técnico acre-
dita que os níveis de produção em 2016
possam na verdade se assemelhar aos de
2015. A oferta menor já se confirma, segun-
do ele, pela boa valorização verificada, que
deve auxiliar na retomada pretendida, além
das ações de produção de mudas em am-
biente protegido, barreiras da defesa para
a doença
greening
e controle da mosca. O
secretário da Agricultura ainda acrescenta o
empenho em reativar uma unidade proces-
sadora em Nova Soure, no Semiárido, ao
lado do Litoral Norte.
O Estado por ora não dispõe de indús-
tria processadora, enquanto no vizinho Ser-
gipe operam duas, e que absorvem a pro-
dução baiana, concentrada na maior parte
próximo à divisa, onde se destacam os mu-
nicípios de Rio Real, Itapicuru e Inhambu-
pe. Em Sergipe, que obteve o total de 614
mil toneladas da fruta em 2014, a parcela
mais expressiva vem do Leste,
onde sobressaem Cristaná-
polis e Itabaianinha.