Dentro do previsto

Dez estados responderam por 99,6% do café ofertado no País em 2017

Como até era previsível, a cafeicultura brasileira ofertou menos café na safra de 2017, ano de bienalidade negativa. A produção total de café arábica e conilon, ou robusta, foi de 44,97 milhões de sacas de 60 quilos em 2017, com queda de 12,5% em relação às 51,37 milhões de sacas colhidas no ano anterior, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A redução do volume foi decorrência do ano de bienalidade negativa na espécie arábica, responsável pela maior parte da produção nacional, 76% em 2017, como destaca a estatal. O maior resultado das últimas safras de bienalidade negativa foi de 49,16 milhões de sacas de café em 2013.

Também a área em produção, de 1,865 milhão de hectares, significou recuo de 4,3% em comparação com a área de 2016. O plantio total ocupou 2,21 milhões de hectares, semelhante ao de 2016, sendo que 344,92 mil hectares (15,6%) estavam em formação. A explicação da Conab é que os ganhos de produtividade, estimulados pela adesão dos cafeicultores à tecnologia, contribuíram para a diminuição da área em produção. O rendimento médio foi de 24,1 sacas de café por hectare, 8,5% inferior ao obtido no ano anterior, neste caso provocado, em grande parte, pela bienalidade negativa.

Em 2017, a oferta total de café foi composta por 34,25 milhões de sacas de arábica e por 10,72 milhões de sacas de conilon. A participação do arábica foi de 76% e a do conilon de 24%. A redução do volume do arábica foi em função da bienalidade negativa. Já o resultado positivo do conilon refletiu a recuperação das lavoura que haviam sofrido com a forte escassez de chuvas nos últimos anos. Os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso e Amazonas respondem por 99,6% da produção nacional de café.

MAIORES O principal produtor nacional, o Estado de Minas Gerais, colheu 24,1 milhões de sacas de arábica e 343,7 mil de conilon, totalizando 24,45 milhões de sacas, 20,4% a menos do que em 2016, devido ao ano de bienalidade negativa. O segundo maior volume de café é colhido no Espírito Santo, onde a produção caiu 1,1%, em razão da falta de mudas para plantio e dos efeitos da bienalidade baixa no café arábica. O Estado ofertou 5,92 milhões de sacas de conilon e 2,95 milhões de arábica, o que totalizou 8,87 milhões de sacas.

São Paulo é o terceiro maior produtor de café do País. Em 2017, a colheita paulista somou 4,41 milhões sacas de café, 26,8% a menos do que o resultado do ciclo anterior. O desempenho menor refletiu o efeito do ciclo de baixa produção. Outro fator que contribuiu para a redução foi o envelhecimento de muitas lavouras, com espaçamentos inadequados, necessidade de renovação, novos plantios e novas variedades mais produtivas e resistentes à infestação de pragas.

O quarto lugar em produção de café é ocupado pela Bahia, que colheu 3,35 milhões de sacas em 2017, com alta de 60,4% sobre o resultado do ano anterior. A produção de conilon foi de 2,38 milhões de sacas e a de arábica de 978 mil sacas. O crescimento do volume total foi atribuído à recuparação das lavouras de conilon. A cafeicultura baiana reúne produtores altamente tecnificados (irrigação e mecanização da colheita e das operações agrícolas), menos mecanizados e outros que empregam o uso da agricultura familiar, com reduzida mecanização.

Os cafezais de Rondônia, por sua vez, ofertaram 1,93 milhão de sacas de café em 2017, com acréscimo de 19,1%. O desempenho foi favorecido pelo plantio de materiais genéticos mais responsivos, pelo manejo da cultura envolvendo calagem e adubação com base em análise de solo, uso de irrigação por gotejamento nas lavouras de cafés clonais, controle de pragas e doenças e condições climáticas favoráveis durante o ciclo evolutivo da cultura. O Estado é o principal produtor da região Norte e o quinto no ranking brasileiro.