Com boas previsões para a safra, cerimônia marca abertura da colheita do tabaco
Evento foi realizado na tarde de ontem na localidade de Campos Quevedo, com presença de autoridades e representantes do setor
Acolheita do tabaco no Rio Grande do Sul foi aberta oficialmente na tarde de ontem, em uma cerimônia na localidade de Campos Quevedo, no interior de São Lourenço do Sul.Estiveram presentes diversas autoridades políticas da região e do Estado e também representantes da cadeia produtiva do tabaco. Apesar de alguns problemas climáticos, a avaliação geral dos especialistas é de que a safra será satisfatória no que diz respeito à colheita.
Primeiro a falar, o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, agradeceu aos produtores Romiro Bierhals e Tiago Krolow, que disponibilizaram a propriedade para receber o evento. Falou ainda sobre a satisfação de ver a sucessão familiar na produção do tabaco e frisou que o agricultor deve ter orgulho da atividade que desempenha com tanta dedicação e do que ela representa para o município, o Estado e o País. “O produtor tem que se orgulhar de integrar uma cadeia tão relevante. E nada mais justo que fazer essa abertura na propriedade de um deles”, disse.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, agradeceu a todos e reforçou a importância dos pequenos produtores, defendendo que devem ser mais valorizados pela sociedade. Ao comentar as perspectivas, disse que as dificuldades climáticas foram pontuais e salientou que a área produtiva se estende do Sul do Rio Grande do Sul até o Norte do Paraná; portanto, há equilíbrio.
Ainda assim, Werner destacou a necessidade de adotar sistemas de irrigação para mitigar os efeitos das estiagens e facilitar a rotação de culturas. “É uma questão que nós, enquanto instituições, temos que mostrar aos produtores para que essa mudança comece a acontecer.”
Representando o governador Ranolfo Vieira Júnior, o secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Domingos Velho Lopes, agradeceu a contribuição das diversas instituições que representam a agricultura no Rio Grande do Sul. Disse que nunca antes o setor esteve tão maduro no tocante aos debates e busca de soluções em parceria.
“Respeitadas as diferenças, nós temos muito mais semelhanças e temos construído juntos grandes pautas”, salientou Lopes. Ele foi mais um a ressaltar a importância e a grandiosidade da cadeia produtiva do tabaco e a necessidade de que ela seja representada em debates como a Conferência das Partes (COP).
Antes do encerramento, Schünke e Werner parabenizaram os anfitriões pela acolhida, diversificação e organização da propriedade. Como forma de gratidão, entregaram duas cestas com produtos da agricultura familiar. Por fim, todos foram convidados a conhecer a lavoura, estufas de cura e demais instalações.
Clima trouxe dificuldades, mas perspectivas são otimistas
Mesmo com dificuldades impostas pelo clima, como o excesso de chuva em alguns locais de Santa Catarina e Paraná ou a falta de calor e baixa umidade no Rio Grande do Sul, o entendimento é de que esta será uma safra satisfatória para todos os envolvidos. “Nossa firme convicção é de mais uma safra de bons preços. Não vou dizer que teremos os 61% de aumento, como foi de 2020/2021 para 2021/2022, porque nenhum assalariado obteve o retorno que nós tivemos com o tabaco”, afirma Benício Werner.
Ele diz que os problemas registrados foram localizados e, dada a extensão das áreas produtivas na região Sul, é necessário analisar o todo para avaliar a safra. “São diversas microrregiões, com climas muito diferentes, e isso nos traz médias de peso e produtividade muito boas.”
Nas regiões onde a falta de calor atrasou o desenvolvimento das plantas, segundo ele, o que se percebe são pés de tabaco com menos folhas, mas com mais peso e menor perda de massa durante a cura. “Ainda estamos indo a campo verificar essa situação.
Talvez não tenhamos uma produtividade tão alta, mas a qualidade, que é o mais importante, será bem melhor.”
Na mesma linha, Iro Schünke enfatiza que o quadro geral indica normalidade, com alguns pontos de atenção. “Esperamos que daqui para frente o clima colabore. Tivemos um pequeno incremento de área, e a expectativa é por uma safra normal e equilibrada para as necessidades brasileiras.” O presidente do SindiTabaco reforça que algumas empresas devem começar a comprar o tabaco neste mês, mas a maioria vai adquirir somente em janeiro.
“Eu diria que esse é o normal. No ano passado, quando tivemos compras a partir de novembro, é que foi a exceção.” Lembrou ainda que neste momento a questão logística está mais otimizada em relação ao ano anterior, por isso as exportações devem ser facilitadas.