ALTOS VALORES EM HORTIFRÚTI

Um estudo feito em 2021, pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), aponta uma produção total de 74,4 milhões de toneladas de hortifruti no Brasil (41,3 milhões t de frutas e 33,1 de hortaliças), tendo como base informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Censo Agropecuário de 2017 e Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2020. O valor da produção apurado ultrapassa R$ 84 bilhões (49,8 bilhões da fruticultura e 34,4 da olericultura) e a área cultivada supera 4,2 milhões de hectares (respectivos 2,6 e 1,6 milhões ha).

A produção mais expressiva é registrada no Sudeste, que responde por 40,87% do total, com destaque para São Paulo, estado onde se situam as duas mesorregiões de maior concentração produtiva: Bauru, com 5,36% do total brasileiro de frutas e hortaliças, em que se destaca a laranja, e Campinas, com 4,38%, onde a laranja também é destaque, além do tomate. O Nordeste do País aparece na sequência, representando 21,58% da produção brasileira, seguido do Sul com 17,33%. A região Norte tem participação de 14,46% e a Centro-Oeste, 5,76%, salientando-se em terras nortistas a mesorregião de Noroeste do Pará, com 4,64% da produção nacional e maior expressão em açaí, cacau e mandioca.

A mandioca foi incluída entre as hortaliças pesquisadas e, pela sua amplitude (18,2 milhões de toneladas, em 2020), acaba representando mais da metade do total do setor e tem justamente o Pará como o grande produtor (21%), seguido do sulista Paraná (19%). Entre produtos da fruticultura e da olericultura, foram especificados 27 itens (19 da primeira e oito da segunda), além de serem considerados outros não nominados. Nas frutas, a laranja lidera amplamente, com mais de 40% da produção do segmento, e 77,5% da totalidade centrada em São Paulo, que também responde por 70,6% do limão. Já no açaí, o Pará chega a responder por 94% do total, além de produzir 53,6% do cacau, onde também a nordestina Bahia é representativa, com quase 40%.

Ainda entre os produtos, destacam-se vários estados como polos produtivos: Pernambuco, no caso da manga (39,8%), Rio Grande do Norte no melão (61,2%) e a Bahia, com 60,7% no guaraná e 59,6% na graviola. O Rio Grande do Sul, por sua vez, é o principal produtor de maçã (49,8%), pêssego (64,2%) e uva (51,2%). Minas Gerais, no Sudeste, é o maior na batata-inglesa (33,6%), assim como em cenoura (64,5%) e alho (39,8%), no qual Goiás, no Centro-Oeste, tem forte participação, com 34,4%, além de liderar no tomate (29,3%). Neste é seguido por São Paulo (21,4%), que, entre outros, ainda desponta em alface (40%). O sulista Santa Catarina, que também está na linha de frente da maçã (46,3%), é o líder na produção de cebola (28,1%).

EVOLUÇÃO

A produção de frutas apresenta pequeno crescimento entre 2019 e 2020 (de 40,9 para 41,3 milhões t), enquanto nas hortaliças não se tem comparativo com o mesmo grupo de produtos apresentado pela CNA. Mas a assessora técnica da confederação, Letícia Fonseca, comenta que “a produção nacional de frutas e hortaliças tem crescido em razão do desenvolvimento de tecnologias e sistemas mais eficientes”. Neste aspecto, menciona desde técnicas simples, como manejo integrado de pragas, ou mais complexas, como uso de drones para manejo de pragas, adubação e irrigação.

A porta-voz ainda ressalta evolução no mercado externo, que nas frutas, conforme o mapa de 2019 e 2020, apresentado pela CNA em 2021, cresceu 4,2% em valor e 0,9% em volume, com US$ 810,4 milhões e 978,6 mil toneladas, estando mangas, melões, uvas e limões entre os principais produtos exportados. Também nas hortaliças, cuja exportação ainda é pouco significativa, havendo mais importação, foi registrado incremento em receita e quantidade, de respectivos 84,5 e 41%, totalizando US$ 42,3 milhões e 94,5 mil toneladas. Letícia Fonseca citou a cebola e o alho, tradicionais produtos da cesta de importação, que em 2020 apareceram entre os produtos que tiveram avanço na venda externa.

(Publicado no Anuário Brasileiro de Horti&Fruti 2022, da Editora Gazeta)