Soja e milho, âncoras da agricultura brasileira

Soja e milho foram as lavouras que mais impulsionaram a agricultura brasileira em 2015. Entre os municípios, o líder foi São Desidério, no Oeste baiano, com crescimento de 23,2% no valor da produção, que chegou a R$ 2,8 bilhões no ano passado, graças principalmente à cultura de algodão. A segunda posição ficou com Sorriso (MT), maior produtor nacional de soja e milho, com faturamento bruto da atividade rural estimado em R$ 2,5 bilhões.

As informações estão em um estudo divulgado hoje pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O trabalho é baseado na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2015, feita anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O órgão avaliou 63 culturas, 34 das quais tiveram aumento na quantidade produzida e 29 apresentaram queda.

Em 2015, a área plantada com lavouras temporárias e permanentes foi de 76,8 milhões de hectares, 567 mil hectares a mais que em 2014. A safra de soja, segundo o IBGE, chegou a 97,5 milhões de toneladas (aumento de 12,3% na comparação com a anterior). A colheita de milho alcançou 85,3 milhões de toneladas (acréscimo de 6,8%). Soja, milho, cana e café ocuparam 60,2% da terra cultiva.

“O ano passado foi de recorde de produção no Brasil”, diz o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques. Pelos cálculos do IBGE, apenas a colheita de grãos totalizou 209,7 milhões de toneladas. Já os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam uma safra de 207,8 milhões de toneladas em 2015. Os municípios que mais se destacaram na atividade agrícola são de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia.

De acordo com Gasques, os municípios que aparecem nas 20 primeiras posições do ranking nacional, em diferentes culturas, também estão à frente em produtividade. O rendimento médio das lavouras de milho, por exemplo, foi de 5.536 quilos por hectare. Em Jataí (GO), a média foi de 7.274 quilos por hectare; em Sorriso, 6.600 quilos por hectare; e em Montividiu (GO), 7.811 quilos por hectare. “Ou seja, todos bem acima da média da produtividade do país”, reforçou.

Situação semelhante ocorreu com a cultura de feijão, cuja produtividade média nacional alcançou 1.079 quilos por hectare em 2015. Em Água Fria (GO), o rendimento médio chegou a 2.289 quilos por hectare; em Paranapanema (SP), 3.360 quilos por hectare; em Capão Bonito (SP), 3.500 quilo por hectare; em Luziânia, 2.800 quilos por hectare, e em Cristalina, 2.491 quilos por hectare.

Gasques destaca ainda que os 20 maiores municípios em produção de soja foram responsáveis por 17,8% do valor bruto da produção (VBP) em 2015. Na cadeia do milho, os municípios que ocupam até a vigésima posição no ranking nacional produziram 19% do VBP do grão. Esse percentual foi de 25% no feijão e de 77% no algodão.

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