Pesquisa trabalha para tornar plantas do futuro em plantas do presente

Você só consegue usar aquilo que conhece”, comentou o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Roberto Vieira no início da entrevista concedida ao programa Conexão Ciência. O especialista se referia à rica biodiversidade brasileira ainda tão pouco conhecida e, consequentemente, pouco explorada. Segundo Vieira, apenas recentemente que o Brasil começou a listar as espécies da sua flora. “Nós temos um manancial de espécies muito grande a ser explorado ainda. Se a gente não conhecer, não tem como utilizar”, explicou.

Para o pesquisador, é preciso estimular as espécies de plantas nativas para não correr o risco de perdê-las. Segundo ele, muitas têm potencial para serem utilizadas como alimentos, cosméticos e até mesmo como medicamentos. Pensando nisso, foi lançado um livro que lista 177 espécies nativas da região Centro-Oeste com grande potencial econômico.

A ideia era fazer portfólios para cada espécie. Temos no livro desde a parte botânica à descrição da planta, quais os seus sinônimos, seus principais usos e boas ilustrações”, descreveu. Vieira explicou que o livro foi dividido em categorias: alimentícias, aromáticas, medicinais, forrageiras e ornamentais. Além disso, tem tópicos que falam sobre a conservação e a propagação das espécies.

O livro é o segundo de uma série, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), sobre plantas para o futuro de cada região. O primeiro livro abordou as espécies nativas da região sul. De acordo com Vieira, essas plantas são consideradas ainda do futuro porque ainda não possuem cadeias produtivas estruturadas. “São plantas que possuem um potencial muito grande, mas que a gente ainda não domina toda tecnologia de produção ou manejo, contrastando com as espécies já cultivadas”, explicou.

Vieira ressaltou que é importante ainda fazer muita pesquisa com essas espécies e vencer alguns gargalos. “Às vezes aparece alguns produtores querendo produzir ou comercializar esses produtos, mas se esbarram em gargalos que a pesquisa pode solucionar. São cadeias produtivas que precisam de fato ser estruturadas.”

O livro está disponível na página do MMA na internet (clique aqui). Confira a entrevista na íntegra (clique aqui).

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