Mercado do cavalo enfrenta bem os efeitos da crise

Enquanto o Brasil enfrenta a pior crise econômica das últimas décadas, o mercado do cavalo segue em crescimento. Segundo o IBGE, o setor avança 12% ao ano e alcança faturamento total de R$ 16 bilhões. Em uma velocidade ainda maior, crescem os negócios do cavalo Quarto de Milha. No ano passado, a venda de animais da raça, em 173 leilões, rendeu mais de R$ 270 milhões. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), os números representam crescimento anual de 35,4% no faturamento.

A ABQM destaca que, se considerado o impacto econômico-financeiro gerado nas regiões onde acontecem as maiores competições da associação e a receita apurada pelos expositores dos eventos, o faturamento da raça seria ainda maior. “Somente o 37º Potro do Futuro, a 10ª Copa dos Campeões e o 2º Derby, próximo evento do Quarto de Milha, deve movimentar mais de R$ 20 milhões, em Avaré (SP). O campeonato também gerará mais de 500 postos diretos de trabalho e deve receber 6 mil pessoas por dia, no período de 10 a 16 de outubro”, avalia o presidente da ABQM, Fábio Pinto da Costa.

Todos os anos, a cidade do interior paulista sedia três importantes competições da raça Quarto de Milha. Há sete anos, uma equipe formada por 50 profissionais reforça a segurança dos eventos. No mês que antecede cada disputa, a empresa responsável pelo serviço abre 40 vagas de empregos. “Só contratamos na época de ABQM”, revela o coordenador da Segurança, Márcio dos Santos. Os serviços de montagem, iluminação, decoração, refeição, vendas, limpeza, transportes, manejo, saúde e bem-estar animal, comunicação e outros, contemplam as demais vagas.

Marco Antônio Razzini é proprietário de um restaurante em Avaré e garante que o faturamento da semana dos eventos da ABQM chega a ser maior do que arrecada em outros meses inteiros. “Nos períodos das competições realizadas em abril, julho e outubro o movimento cresce bastante no comércio local, aumenta os ganhos, as contas são colocadas em dia e os efeitos da crise são amenizados”, explica o empresário. Os setores de alimentação, hotelaria, locação de automóveis, combustíveis e comércio em geral também são beneficiados.

O setor de vestuário é um sucesso entre as vendas dos expositores. Luís Rufino, gerente de uma grife de roupas, calçados e acessórios voltados ao público country, conta que a expectativa de venda é sempre superada nos eventos oficiais da ABQM. “Vendemos em julho o dobro do que era esperado. Foi um dos melhores eventos da ABQM, em termo de faturamento para a nossa marca. Algumas peças esgotaram”, conta o empresário, que atribuiu o sucesso ao crescimento do público e já aguarda com ansiedade pelo próximo evento.

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