Maggi cobra transparência e responsabilidade

Representantes de 28 entidades do agronegócio reuniram-se no dia 16 para avaliação do programa de desburocratização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançado há dois anos. Ao final do encontro, o ministro Blairo Maggi fez um apelo para que as associações cobrem dos empresários do setor responsabilidade e transparência nas entregas ao consumidor. “O tempo do ‘jeitinho’ não existe mais”, advertiu o ministro, lembrando que o Mapa vem implementando mudanças em seus processos para se adequar às exigências dos mercados externo e interno.

Na opinião do ministro, a produção brasileira tem capacidade de dobrar e atender as necessidades dos compradores externos, mas precisa cumprir com os seus compromissos. Ele citou como exemplo o caso da Rússia, que exige a carne suína sem a presença da ractopamina – um indutor de crescimento usado no mundo inteiro, mas não aceito pelo mercado russo. “Foi feito um acordo entre as empresas privadas dos dois países, sem a participação do governo, para a venda da carne sem a ractopamina, mas alguém não cumpriu e estamos enfrentando problemas com os russos por causa disso”, lembrou. O ministro disse que pelo erro de apenas um empresário todo o mercado brasileiro pode sofrer as consequências.

“O Brasil é grande, é forte no agronegócio, é bom no que produz, mas tem problemas e temos que enfrentá-los com transparência. As associações têm que exigir o compromisso de que todas as empresas vão andar na linha”, advertiu Maggi, garantindo que tem cobrado do ministério a mesma transparência e responsabilidade que está cobrando dos empresários.

A reunião foi coordenada pelo secretário executivo do Mapa, Eumar Novacki, responsável pelo programa. Ele disse que nos últimos dois anos foram realizadas mais de mil entregas ao setor e que a meta até o final do ano é que esse número chegue a 1,5 mil. Novacki, no entanto, disse que, para isso, precisa continuar recebendo demandas das associações. “Esse programa só é possível graças à sinergia entre o ministério e o setor”, observou.

Os representantes das entidades foram ouvidos sobre as mudanças ocorridas no setor, a partir da implantação do programa de desburocratização.