Anuário Brasileiro do Tabaco 2016 - page 73

Referência
A inovação deste tratamento de com-
postagem, além do cuidado ambiental,
temgeradobenefícios para toda a cadeia
produtiva, pois dá a destinação correta
para um resíduo e oferece às empresas
associadas a possibilidade de comercia-
lizar o fertilizante para uso em diversas
culturas. O sucesso da iniciativa já é re-
ferência para outras regiões produtoras
de tabaco do mundo, e a Universal Leaf
Tabacos desenvolve estudos a fimde di-
fundir a tecnologiaparaoutrasunidades
do grupo no exterior.
A Fupasc, por sua vez, considera a
compostagemde pó de tabaco uma de
suasmaiores conquistas. “O tratamen-
to do pó de tabaco vai ao encontro dos
objetivos da fundação, de desenvolver
tecnologias que transformem resídu-
os em produtos com o menor impac-
to possível para a sociedade”, conside-
ra o engenheiro.
SobreaFupasc
A Fundação para Proteção Ambien-
tal de Santa do Sul (Fupasc) é uma pes-
soa jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos. Foi criada em 1998 com o in-
tuito de centralizar e dar destino ade-
quado a resíduos gerados nos processos
industriais de um grupo de 10 empre-
sas de Santa Cruz do Sul, tendo inicia-
do suas operações em 2004. Dez anos
depois, a entidade abriu espaço para a
entrada de novos mantenedores, sendo
quehojeé compostapor 17associadas e
doismembros beneméritos. Segundo o
coordenador de meio ambiente Sebas-
tião Dionis Bohrer, por ela não ter fins
lucrativos, os ganhos obtidos na opera-
ção retornam em forma de melhorias
dos processos operacionais e serviços
aos associados emantenedores.
so de compostagem. A tecnologia, testada e aprovada, recebeu o nome de Bioleaf e foi
registrada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). A partir de 2014, passou a ser operada pela Fupasc, possibilitando a participa-
ção de outras empresasmediante remuneração à fundação pelos serviços prestados.
A estrutura de processamento da Fupasc, instalada no interior de Santa Cruz do
Sul (RS), tem mais de 7 mil metros quadrados de área construída, destinada exclu-
sivamente à operação de tratamento do pó de tabaco. “A gente trabalha com mais
de 10 milhões de quilos de resíduo por safra. Em três anos, o sistema já tratou 30 mil
toneladas”, explica Bohrer. Para 2017, a expectativa é aumentar em 25% o volume,
chegando próximo a 13 mil toneladas no ano. Com registro no Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), todo o produto é monitorado por lote, onde
são analisados 33 parâmetros, que dão garantia ao fertilizante produzido.
Na logística do processo, a fundação recebe o pó cru das empresas associadas e adi-
cionaosmicroorganismos quepromovema compostagem. Após a inoculação, oprodu-
topassapor uma fasedematuraçãode 90 a 120dias nos pavilhões atéque esteja estabi-
lizado, prontopara retornar para as empresas. “Ao final doprocesso, temos o fertilizante
orgânico FertiLeaf, que faz umciclo reverso ao sistema produtivo. Ou seja, a empresa da
áreade tabacogerao resíduo, aFupasco trataedevolveoproduto limpoparaquepossa
ser utilizado como fertilizante. É umciclo fechado de gestão”, argumenta.
n
n
Processo é inédito e deve
ser expandido para outras
nações produtoras
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