Anuário Brasileiro do Tabaco 2016 - page 33

O
consumo de cigarros registra redução em nível mun-
dial, verifica com preocupação a Associação Interna-
cional de Produtores de Tabaco (ITGA, na sigla em in-
glês). O volume comercializado, que era de 6,7 trilhões
de unidades em 2011, está caindo e pode chegar a cer-
ca de 6,1 trilhões em2021, de acordo compesquisas de que dispõe. O
fato, conforme a instituição, “ocorre de forma significativa nos países
mais desenvolvidos, chegando a cair mais de 10% num ano emmer-
cados importantes, como o dos Estados Unidos”.
Essa queda de consumo vinha sendo compensada por um au-
mento regular em vários países da Ásia, de grande população, como
China, Indonésia, Índia, Filipinas e Vietnã, registra a entidade. Mas
nos últimos anos, observa que essa compensação veio a diminuir e
em 2015 a própria China, maior mercado mundial, teve redução no
consumo. “As principais razões para tanto têm sido, por um lado, a
evolução negativa das economias da maior parte dos países desen-
volvidos e, de outro, a generalização de legislação cada vez mais res-
tritiva do consumo”, comenta Antonio Abrunhosa, diretor executivo.
A restrição legislativa, exemplifica, também “ocorre em mercados
muito importantes, como a Rússia e outros países da Europa do Leste e
várias nações asiáticas, incluindo a China”. Abrunhosa lembra ainda que
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tudo isto se refere ao consumo legal, enquanto “o ilegal vema crescer de forma irregular
emquase todo omundo, emconsequência demedidas radicais, como os pacotes gené-
ricos (
PlainPackaging
) e aumentos de impostos sucessivos e substanciais”.
Enquanto isso, segundo o executivo da ITGA, a produção de tabaco não teria
acompanhado a redução de demanda, “pelo que temos vivido há vários anos em
situação de sobreprodução, afetando os preços aos produtores”. Na etapa 2015/16,
verificou “pequena correção em alguns dos países maiores produtores, como Brasil,
Zimbabue e Estados Unidos, devido a condições climáticas adversas”, mas o preocu-
pa a ocorrência de novo reforço produtivo.
Quanto a regiões onde ainda são esperados crescimentos do setor, Abrunhosa
identifica possíveis percentuais significativos noMédioOriente e na África, alémde pe-
quenos em alguns países noutras áreas. Já maiores quedas, acrescenta, deverão ser
assistidas nas economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Canadá, União Euro-
peia, Japão e Coreia do Sul. Apesar de tudo, aponta a existência ainda de quase umbi-
lhão de consumidores de produtos de tabaco emnível mundial.
Lembra, no entanto, haver “clara tendência de baixa na demanda”, o que levou
membros da ITGA a decidirem, no último encontro anual, emsetembro de 2016, na Ín-
dia, a centrarem sua atividade na busca de soluções que garantam a sustentabilidade
dos associados. Emparalelo, salienta o executivo, “não se vai descurar a seguir de per-
to a evolução da legislação antitabaco, sobretudo a que afeta de forma direta a produ-
ção e sua principal origem, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco”.
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