Anuário Brasileiro de Sementes 2017 - page 29

E
ntre os grãos, o feijão é o que
apresenta a taxa mais baixa de
utilização de sementes certifica-
das, na faixa de 19%, mas vem
ocorrendo crescimento nos últi-
mos 10 anos. É o que verifica o pesquisa-
dor Alcido Elenor Wander, chefe geral da
Embrapa Arroz e Feijão, com sede em San-
to Antônio de Goiás (GO). Observa que em
2010 a referida taxa ainda estava em 11%.
A produção de sementes, por sua vez, tam-
bém cresce, tendo quase dobrado entre o
ciclo 2015/16 e o período 2016/17, confor-
me dados do Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento (Mapa).
O destino do produto é interno, qua-
se não existindo registro de exportação. O
feijão de tipo comercial carioca é o mais
plantado no Brasil, seguido do feijão preto.
Sobre o comércio, Wander refere dificulda-
des. “Considerando que existem diferen-
tes tipos de grãos, o mercado de semen-
tes de feijão não tem sido tão atrativo para
as empresas ligadas ao setor”, aponta. De
qualquer forma, vê melhora no processo e
potencial para aumentar a taxa de uso de
sementes, o que exigiria esforço conjunto
dos setores privado (oferta comqualidade)
e público (maior fiscalização).
Em relação à exportação, o pesquisa-
dor não vislumbra perspectiva de mudan-
ça significativa a curto prazo. No entanto,
avalia que existe possibilidade de avan-
ço com a entrada de variedades de tipos
especiais de grãos, que também são pro-
duzidos em outros países. “Este mercado,
porém, não é imediato: pode levar anos,
se ele se concretizar”, alerta. Na área da
Quandotodos
ganham
Taxadeutilizaçãodesementescertificadasde
feijão
aindaébaixano
País,masoprocessoapresentamelhoranodecorrerdosúltimos10anos
pesquisa, há trabalho voltado a estes ti-
pos (em geral, grãos maiores) e a atribu-
tos ligados a cor e aspecto visual, além
dos agronômicos (potencial produtivo e
resistência a doenças).
Mas o foco principal da pesquisa bra-
sileira no setor está mesmo voltado a de-
senvolver cultivares do mercado interno.
Ocorre, na maior parte, em melhoramen-
to genético conduzido por agentes pú-
blicos, embora o setor privado comece a
atuar na área e poderá aumentar sua pre-
sença, segundo o chefe da unidade da
Embrapa. No caso do feijão carioca, cita
objetivos de grãos maiores (boa penei-
ra) e que demorem mais para escurecer
(maior tempo de prateleira), plantas mais
produtivas, de porte que facilite opera-
ções mecanizadas e com bom nível de re-
sistência às doenças.
Quanto ao outro produto que supre
com força o mercado interno, o feijão pre-
to, Wander enfatiza que também a colhei-
ta mecanizada é uma necessidade presen-
te no trabalho de melhoramento. Além
disso, está entre as principais finalidades
a obtenção de plantas mais produtivas,
que produzam grãos que preservem a co-
loração preto-brilhante, e que também te-
nham bom nível de resistência a doenças
que ocorrem com mais frequência nas re-
giões produtoras.
n
27
NOVOS PATAMARES
new levels
Produção brasileira de sementes de feijão (Todas as categorias
e estados produtores)
Estimativa, julho de 2017.
Fonte:
Coordenação de Sementes e Mudas - CSM/DFIA /SDA/Mapa
Safra
Toneladas
Área
2015/2016
85.793,58
30.318,97
2016/2017
156.061,43
35.157,85
2016/2017
Toneladas
Área
Santa Catarina
59.972,32
2.941,50
Goiás
41.547,08
13.408,82
Minas Gerais
19.870,77
5.951,56
Paraná
18.863,33
6.662,20
MatoGrosso
8.532,40
3.317,20
RioGrande do Sul
2.570,33
1.066,75
SãoPaulo
2.112,85
931,47
Bahia
1.458,00
405,00
MatoGrosso do Sul
840,00
350,00
Distrito Federal
277,80
73,24
Pernambuco
9,80
9,00
Tocantins
6,75
2,50
1...,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28 30,31,32,33,34,35,36,37,38,39,...60
Powered by FlippingBook