Anuário Brasileiro de Cana-de-açúcar 2017 - page 39

O
s veículos movidos a etanol
pisaram no freio e engata-
ram a reduzida no biocom-
bustível em período recen-
te no Brasil, que se destaca
na sua produção a partir da cana-de-açú-
car, como principal produtor mundial com
esta matéria-prima e segundo maior con-
siderando também o uso de milho para
este fim. Em 2016, o seu consumo total di-
minuiu na ordem de 9%, em comparação
ao ano anterior, por conta, em especial, do
tipo hidratado, enquanto o anidro (mistu-
rado à gasolina) ainda teve pequeno acrés-
cimo, em razão de incremento havido no
uso deste combustível fóssil.
A produção total de etanol na safra
2016/17, da mesma forma, apresentou re-
dução nos níveis observados na deman-
da – 8,7%, pelo levantamento da Compa-
nhia Nacional de Abastecimento (Conab),
e 9,8%de acordo coma União da Indústria
de Cana-de-Açúcar (Unica), que registrou
índice de 9,1% para a região Centro-Sul,
onde atua. Contribuiu para tanto, confor-
me avaliação da Conab, além do menor
consumo de etanol hidratado, amaior des-
tinação de cana para fabricação de açúcar,
que estava compreços mais favoráveis.
Na
reduzida
Produção e consumo de etanol
registraramperíododereduçãonosegundomaior
produtormundial,masexistemexpectativasdemelhora
Em vista da menor disponibilidade,
também diminuiu em 2016 a exportação
do biocombustível, que, de modo geral,
ainda é pouco expressiva, e aumentou a
importação, em especial para atender ne-
cessidades doNorte e doNordeste. A inter-
nalização do produto, vindo da nação líder
no setor, os Estados Unidos (que, por coin-
cidência, é tambémo principal importador
brasileiro), inclusive aumentou nos primei-
ros meses de 2017 e até motivou um pedi-
do do setor para que um imposto viesse a
restringir esta operação comercial.
A questão tributária, aliás, esteve bem
presente na vida do setor em 2017. No iní-
cio, o restabelecimento do Programa de In-
tegração Social e Contribuição para Finan-
ciamento da Seguridade Social (PIS/Cofins)
sobre o etanol influiu na sua competitivida-
de. Em julho, alterações feitas nessa tributa-
ção sobre os combustíveis em geral gerou
mais controvérsias, embora ao final domês
uma adequação em favor do etanol permi-
tiu que se considerasse a possibilidade de
o biocombustível melhorar o desempenho.
Até julho, as vendas internas e exter-
nas de etanol ainda estavam menores
do que no ano anterior, assim como sua
produção observada e projetada na safra
2017/18, iniciada em abril. Porém, consi-
derando a mudança tributária e nos pre-
ços do açúcar, que estavam diminuindo,
era admitida reação do etanol no segundo
semestre. Na avaliação de Antonio de Pa-
dua Rodrigues, diretor técnico da Unica,
em início de agosto, a medida na tributa-
ção dos combustíveis não atendeu ao an-
seio de política pública esperada no setor
(expectativa existe em torno do programa
RenovaBio), mas, no final, junto à nova re-
alidade do açúcar, pode auxiliar um pou-
co o etanol e fazer as usinas produzirem
mais o biocombustível.
n
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FLUXOS LÍQUIDOS
Liquid flows
Consumo de etanol no Brasil
(Em bilhões de litros)
Fonte:
ANP/Secex/Unica.
Anos
2015
2016
Anidro
10,93
11,61
Hidratado
17,86
14,58
Total
28,79
26,19
Exportação
total
1,86
1,79
Importação
total
0,52
0,82
Janeiro a Junho 2016
2017
Consumo
12,87
11,87
Exportação
1,08
0,59
Importação
0,30
1,28
movimentos nas usinas
Movements in the mills
Produção brasileira de etanol de cana-de-açúcar (em bilhões de litros)
Centro-Sul
10,64 17,58
28,22
10,65 15,00 25,65
10,84 13,86 24,70
Fonte:
Unica.
- * Projeção: abril de 2017.
Fonte:
Conab.
- * Projeção: abril de 2017.
Safras
2015/16
2016/17
2017/18*
Anidro Hidratado Total
Anidro Hidratado Total
Anidro Hidratado Total
Centro/Sul
10,19 18,27
28,46
10,14 16,06 26,20
10,37 14,38 24,75
Norte/Nordeste
1,01
0,98
1,99
0,93
0,67
1,60
1,01
0,68
1,69
País
11,21 19,25
30,46
11,07 16,73 27,80
11,38 15,07 26,45
1...,29,30,31,32,33,34,35,36,37,38 40,41,42,43,44,45,46,47,48,49,...60
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