Anuário Brasileiro de Cana-de-açúcar 2017 - page 23

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epois de ter amaior área disponível para
colheita, o lídermundial dacana-de-açú-
car deverá ter alguma redução nos ca-
naviais para colheita no ciclo produti-
vo 2017/18. Pelas estimativas iniciais da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em
abril de 2017, primeiromês da nova temporada, o ín-
dice de contração seria da ordem de 2,8%, em parti-
cular devido à diminuição registrada namaior região
produtora, no Centro-Sul (quase 90%do total), o que
afetaria em torno de 1,5% a moagem, que chegaria
ainda a cerca de 647milhões de toneladas.
A menor área na região, conforme a Conab, es-
taria relacionada a problemas de empresas em re-
cuperação judicial e outros fatores adicionais e se-
ria verificada nos principais estados produtores:
São Paulo (com redução de 4,5%); Goiás (-2,4%) e
Minas Gerais (-1,3%). Os dois últimos, porém, ain-
da iriam recuperar a produtividade, que assim fi-
caria positiva no plano regional. A recuperação
ocorreria ainda no Nordeste e no Norte, com ex-
pectativa de clima mais favorável, de modo que,
no âmbito nacional, o rendimento físico das lavou-
ras poderia ter pequeno acréscimo (0,9%).
Aestimativa feitapelaUniãoda IndústriadeCana-
-de-Açúcar (Unica), emconjunto comsindicatos e as-
sociações de produtores do Centro-Sul e com o Cen-
tro de Tecnologia Canavieira (CTC), no mesmo mês
de abril, também observava “ligeira retração na área
disponível para colheita” na principal região produ-
tora do País, mapeada na ordem de 1,5%. Contudo,
ainda previa diminuição da produtividade agrícola
e, na conjunção dos dois fatores, projetava queda de
3,65%namoagemda sua nova safra.
A menor produtividade teria influência da redu-
ção na quantidade de cana bisada (sobra de um ano
para outro) e envelhecimento do canavial. Já a redu-
ção levantada pelos organismos nos cultivos pron-
tos para colheita seria decorrente da “estagnação de
área cultivada e damaior renovação de canavial com
plantio de 18 meses”. Aspecto promissor, levantado
em amostra de 230 empresas, é que a área com no-
vos plantios cresceu 45,12%entre dezembro de 2016
e março de 2017, na comparação com o índice regis-
trado nomesmo período de anos anteriores.
De qualquer forma, o resultado final da nova sa-
fra, em março de 2018, ainda dependia de diversos
fatores. Em julho de 2017, com dados dos primeiros
três meses de moagem, a Unica confirmava redução
no processo até então e o CTC ratificava produtivida-
demenor. Antonio de Padua Rodrigues, diretor técni-
co da Unica, comentava que cada mês apresenta al-
terações, mas, ao fim da temporada, a expectativa é
de que os números se aproximemdos projetados no
início. Verificava também, no primeiromomento, um
viés mais açucareiro, da mesma forma como previa
a Conab (com a participação chegando a 47%), mas,
diante de novas situações, poderia crescer a destina-
ção da produção para etanol.
n
Leve
declive
Estimativas feitas paraa safrade
cana-de-açúcar2017/18 indicamqueaáreaeaprodução
serãomenoresdoqueasregistradasnocicloanterior
Inor Ag. Assmann
21
previsõesdanovasafra
Estimates for the new crop
Projeções para cana-de-açúcar no
Brasil em 2017/18
(E comparação percentual com a
temporada anterior)
* Unica, abril de 2017.
Fonte:
Conab, abril de 2017.
Área (milhões de ha)
8,838 – 2,3
Produtividade (kg/ha)
73.273
0,9
Produção (milhões de t)
647,626 – 1,5
Produção prevista por regiões (milhões de t)
Centro-Sul
598,040 – 2,4
(585,000 – 3,6*)
Norte-Nordeste
49,586 10,9
1...,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22 24,25,26,27,28,29,30,31,32,33,...60
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