Em todas as frentes

O Centro-Oeste reforçou a liderança no segmento no período 2017/18

As cinco regiões geográficas do Brasil abrem alas para a principal cultura, a soja, cultivada em 17 dos 27 estados, três dos quais são novos na atividade. Em todas as circunscrições pesquisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no período 2017/18, houve aumento de área plantada. A principal região produtora, o Centro-Oeste, reforçou sua liderança tanto em plantio quanto em produção, apresentando o maior acréscimo nominal nos dois aspectos (mais 455,2 mil hectares e mais 3,8 milhões de toneladas). Mas em termos relativos, os aumentos mais expressivos ocorreram no Norte e no Nordeste (com respectivos 6,8% e 5,4% em área, e 22,9% no volume nordestino, recuperado da safra anterior).

O maior Estado produtor, o Mato Grosso, do Centro-Oeste e do cerrado, apresentou recordes em todos os sentidos na temporada, “impulsionado pela semeadura em momento ótimo quanto ao calendário agrícola, clima bastante favorável e melhorias em sementes”, observou a Conab em setembro de 2018. Nesta parte do País, ainda se destacam Goiás e Mato Grosso do Sul, que também tiveram bons resultados na etapa. Já a segunda maior região produtora, e pioneira no âmbito comercial, o Sul continuou a mostrar força na cultura, com a segunda maior expansão de área (mais 375,5 mil hectares), em especial sobre espaços do milho, mas enfrentou adversidades climáticas e teve redução na colheita, em 4,8%.

A terceira região produtora, o Nordeste, com três estados fortes no cultivo do grão em áreas de cerrado (Bahia, Maranhão e Piauí), acrescentou 167,7 mil hectares à atividade. Os baianos, como verificou a Conab, obtiveram a maior produtividade nacional na safra (3.960 kg/ha), “com condições climáticas favoráveis, tecnologia de produção e estabilidade comercial”. Minas Gerais, no Sudeste, teve o segundo maior rendimento médio (3.676 kg/ha). No Nordeste, Alagoas foi acrescido nas estatísticas, ainda com pouca produção. No Norte foram inseridos Amazonas e Acre, ao lado dos que já mostram consistência (Tocantins, que com os principais nordestinos forma o chamado Matopiba, além de Pará, Rondônia e Roraima).

Para a safra 2018/19, os principais estados produtores no País evidenciam continuidade na expansão da cultura, pela avaliação inicial de organismos estaduais. No Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) previa em final de agosto de 2018, quando as exportações e os preços do grão persistiam atrativos, que a área de soja seria ampliada em 1,22%. O Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Paraná, segundo maior produtor, projetava área levemente superior e produção 3% maior, enquanto no terceiro maior produtor, o Rio Grande do Sul, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar) estimava acréscimo de 2,3% no plantio e de 5,16% na colheita, com índices maiores em áreas novas no Sul e no Centro do Estado.