Adoção de ferramentas digitais nos processos do agro potencializam resultados do campo

Congresso de jovens reuniu profissionais do setor para debater os desafios e as oportunidades no campo virtual

A evolução digital e a sua contribuição para o progresso do agronegócio nortearam as discussões do segundo dia do YAMI – Youth Agribusiness Movement International, evento que reúne, virtualmente, jovens do setor até sexta-feira, 29/10.

A mesa-redonda do dia debateu os efeitos do uso de tecnologias no campo e as oportunidades que a Internet oferece ao setor, destacando as possibilidades que elas trazem aos jovens do campo.

O debate destacou os processos do mundo digital que evoluíram nos últimos anos e que puderam ser assistidos por muitos dos profissionais da área, que, na época, estavam nas universidades ou iniciando suas carreiras e hoje utilizam dessas ferramentas no dia a dia do negócio.

“Essa jornada de digitalização do agro foi intensa e já dura muitos anos. Eu me lembro que, há cinco anos, quando visitávamos um cliente, um dos questionamentos mais comuns era: mas como faço para ter um e-mail? Nosso desafio era auxiliar os produtores a se conectarem; hoje é de usar a tecnologia para estar mais próximo dele”, afirmou o diretor de Experiência do Cliente para a divisão agrícola da Bayer, Thiago Junqueira.

Para o cientista da computação brasileira, considerado um dos pioneiros da Internet no Brasil, Demi Getschko, o atual situação acelerou os processos da evolução digital, pois a Internet ajudou a sociedade a superar os desafios impostos pela pandemia.

“Esse momento nos mostrou que a evolução digital é muito importante, mas que ainda temos alguns obstáculos a serem superados, como a segurança de dados. As mudanças ocasionadas pela Covid-19 mostraram um cenário de informações mais expostas, o que preocupa muito as empresas”, observou.

O cientista ainda destacou a importância da implantação da Internet das Coisas no agronegócio. “Para uma propriedade é essencial termos as máquinas interligadas, com a possibilidade de falarem entre si. Por isso é muito importante estarmos atentos a esse conceito e sua evolução. A produção eficiente só continuará competitiva se prestarmos atenção aos desafios que virão pela frente”.

A profissionalização do digital

Atualmente são muitos os casos de profissionais que encontraram no campo virtual uma forma de levar suas mensagens. Os empreendedores digitais do agronegócio produzem conteúdo de forma inteligente, levando a informação de uma maneira mais assertiva ao público, dentro e fora das porteiras.

“Há 15 anos assistimos o movimento de inserção da tecnologia nos processos das fazendas, o que quase obrigou os produtores a aceitarem e mudarem seus conceitos sobre ela. Com o aumento da presença dos jovens, público com maior habilidade com o digital, a resistência diminuiu ainda mais, o que possibilitou a introdução de novas ferramentas no campo. Hoje temos grandes influenciadores que atuam no setor com estratégia e marketing digital bem estruturado, levando informações de relevância a produtores rurais de todo o Brasil”, destacou Michelly Santana, CEO do Agronerd.

Idealizadora do AgroUniversitário, Ronara Lasmar dividiu com os participantes sua história no setor e o papel da Internet nessa trajetória. “A revolução virtual mudou a minha vida. Por meio das ferramentas digitais passei a ajudar profissionais e empresas do setor a crescerem e alcançarem seus objetivos. Aquele tempo em que esperávamos a visita do técnico para avaliar a lavoura, por exemplo, já passou. Hoje tudo é resolvido mais rápido e com mais agilidade por meio da Internet”.

Presente no estúdio do evento em São Paulo, a produtora rural e agroinfluencer Aretuza Negri, idealizadora do perfil Ela é do Agro também contou um pouco de sua trajetória, evidenciando o papel do ambiente virtual na aproximação das pessoas. “Minha base e propósito sempre foram me conectar com as pessoas e o mundo da Internet me ajudou com esse objetivo, por meio das redes sociais, que possibilitam um relacionamento entre pessoas, mesmo distantes fisicamente. Não tenho dúvidas de que o chamado Agro 5.0 vai tratar de pessoas, evidenciando a forma de trazê-las para o digital”.

“Temos um cenário de mudança de mindset no setor, pois os produtores se mostram a cada dia mais abertos às novas tecnologias e à adoção de ferramentas digitais para os processos do campo. Esse movimento já um ponto importante para a evolução do agronegócio brasileiro”, finalizou a agrônoma e especialista em gestão do agronegócio, Alessandra Decicino, que moderou o debate.

O evento segue amanhã, 28/10, com a mesa-redonda “A Era do empreendedorismo e Tendências de consumo”, a partir das 15h30.

Mais informações: http://yamimovement.com.br/.